Save Bradley Manning!
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Save Bradley Manning!

Há 40 anos atrás um homem chamado Daniel Ellsberg divulgou documentos que provavam que os EUA haviam não só cometido crimes de guerra no Vietnam, como também seus políticos haviam mentido para o eleitorado. O governo sabotou evidências contra Ellsberg que vieram a público e o caso não foi para frente…

Felipe Schneider 28 dez 2011, 18:13


Há 40 anos atrás um homem chamado Daniel Ellsberg divulgou documentos que provavam que os EUA haviam não só cometido crimes de guerra no Vietnam, como também seus políticos haviam mentido para o eleitorado. O governo sabotou evidências contra Ellsberg que vieram a público e o caso não foi para frente. Hoje ele é tido como herói, há pelo menos um documentário sobre ele e recebeu diversos prêmios.

Um destes prêmios chama-se “Promoting Enduring Peace” (http://pepeace.org/), que inclusive um militante trabalhista americano também recebeu. Seu nome era César Chávez e ele criou o slogan “Si, se puede”, adotado traduzido como “Yes, we can” por Barack Obama em sua campanha eleitoral. Este último, inclusive, ganhou o Prêmio Nobel da Paz “por seus esforços extraordinários em fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre pessoas”.

Em um vídeo de 1 minuto, Obama chama de culpado um soldado ainda não foi julgado, mas preso por mais de um ano e meio: Bradley Manning (http://www.youtube.com/watch?v=IfmtUpd4id0), acusado de fornecer para a WikiLeaks, em 2010, documentos que mostram crimes de guerra sendo cometidos no Afeganistão e no Iraque pelo governo americano.
Dentre os detalhes supostamente divulgados por Manning estão o vídeo entitulado “Collateral Murder”, que mostra soldados fuzilando civis de um helicóptero em um bairro residencial de Bagdá, incluindo duas crianças e dois jornalistas, e o massacre de Granai, em que um vilarejo afegão inteiro é bombardeado, apesar de inimigos já terem supostamente partido, matando 140 pessoas, entre elas mais de 90 crianças.

No pré-julgamento, cujo resultado sairá dia 16 de janeiro, a acusação teve direito a todas as 20 testemunhas requisitadas, enquanto que a defesa pode ter apenas 2 das 48 pedidas, além de outras 10 também requisitadas pela acusação. Foi também pedido, em vão, que o oficial de investigação se afastasse do caso, já que ele estaria envolvido em outro caso relacionado com a WikiLeaks e que portanto poderia apresentar julgamento considerado parcial. Além disso, foi negado durante a prisão de Manning que um oficial da divisão de tortura das Nações Unidas avaliasse as condições em que foi encarcerado.

Manning é tido por alguns como prisioneiro político. Acredita-se que esta seja o maior vazamento de documentos da história americana (maior inclusive que o do Vietnam) e que motivou não só o fim da guerra do Iraque no início deste mês, como também as revoluções no mundo árabe que aconteceram em 2010 e 2011, envolvendo mais de 10 países.

As últimas palavras da defesa no caso, desta quinta-feira 22 de dezembro, foram, após pedirem que a pena de morte e a prisão perpétua fossem revogadas, para que o restante da pena se reduzisse de 150 anos para no máximo 30 anos de cadeia. Segundo a defesa, 30 anos já é um tempo suficiente, já que há trinta anos atrás, Bradley não havia nem nascido e que há 30 anos atrás os EUA estavam apoiando Saddam Hussein na guerra entre Iran e Iraque.

Bradley em seu julgamento, na semana passada


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