Moção de apoio à estudante da UESC alvo de violência sexista
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Moção de apoio à estudante da UESC alvo de violência sexista

Mais um caso de assédio na universidade: quantas vezes será preciso repetir que cantada é uma violência? Solidariedade à estudante da UESC Nátali Mendes!

Juntas! 23 nov 2014, 00:13
*Juntas

Neste mês de novembro, mais um caso de violência sexista ocorreu no âmbito de uma universidade, desta vez na Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus, no Sul da Bahia. Durante um evento que se propunha a discutir a luta antirracista, a estudante de comunicação Nátali Mendes foi vítima de situação vexatória por um professor da instituição, André Rosa.

A estudante, no ato de entregar o microfone ao professor, que se encontrava na platéia, teve seu braço segurado, e perante todos os presentes, o professor a chamou de “linda” e lhe entregou seu cartão de visitas. O tipo de relação estabelecida entre um suposto “elogio” e a entrega do cartão de visitas do professor é mais um dos comportamentos que reforçam a objetificação do corpo feminino: o que pode justificar o professor dar seu contato logo após a menção à aparência de uma mulher?

A situação, que configura uma “cantada”, é corriqueira e infelizmente naturalizada numa sociedade em que há tolerância com esse tipo de agressão. Numa relação de poder assimétrica, entre professor e estudante de uma mesma instituição, a violência sexista a que nós mulheres somos submetidas é ainda mais cruel, e tem sido visível nos diversos ataques que a estudante, que ousou denunciar o caso às instâncias universitárias está sofrendo. Na instituição, ao invés do repúdio à atitude do professor, os ataques tem se dirigido à estudante, reproduzindo a cultura de culpabilização da vítima.

A campanha “Chega de Fiu-fiu”, que entrevistou milhares de mulheres, revelou que mais de 96% acreditam ser vítimas de violência quando assediadas por “cantadas”. A situação em questão é ainda mais grave se considerarmos ser o ambiente de estudo de Nátali. Felizmente uma série de coletivos lançaram uma nota de repúdio à atitude, exigindo a instalação de uma ouvidoria especializada para casos de assédio moral e sexual na universidade, ao qual o Juntas faz coro.

O Coletivo Juntas repudia a agressão do professor e manifesta sua solidariedade à coragem de Nátali, que rompeu o silêncio a que às vítimas do machismo são submetidas dia a dia. Reforçamos o chamado para que coletivos se somem nesta campanha de combate ao machismo. Mexeu com uma, mexeu com todas!

Texto da estudante relatando o ocorrido: http://www.pimenta.blog.br/2014/11/19/machismo-violencia-moral-e-imprensa/

Link para nota de repúdio: http://www.pimenta.blog.br/2014/11/16/151959/


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