Tomar o futuro com nossas próprias mãos! Conquistamos muito na UnB, agora é hora de mais!
O cenário atual é imerso em muitas contradições. Ainda que tenhamos derrotado Bolsonaro nas eleições em 2022, a extrema direita segue ocupando as ruas, e sua influência cresce na mesma medida em que a esquerda institucional é incapaz de apresentar saídas antissistêmicas para o nosso país e entrega de bandeja a nossa rebeldia àqueles que destroem nossas vidas.
Para piorar, a crise climática mostra que chegamos ao limite: cidades alagadas, secas prolongadas e temperaturas elevadas são catástrofes cada vez mais comuns. O relógio parece menor. Sabemos que o calor tem culpados e que para cada cidade inundada, existe uma Braskem que não foi responsabilizada! O mundo, assim como o clima, está em plena ebulição.
A nossa geração chora por cada vítima feita na Palestina, luta pelo fim do colonialismo de Israel, trabalha incansavelmente para se sustentar e acredita que a transformação terá que acontecer, de um jeito ou de outro. Porque o contrário disso significa, na verdade, não ter futuro algum.
Somos a juventude trabalhadora que enfrentou todas as contradições do capitalismo e chegou às Universidades. A mesma juventude que com determinação derrotou a extrema-direita nas urnas agora segue sem esperança de um futuro que não seja precarizado. Estamos vivendo uma crise sistêmica do capitalismo, onde a saída planejada pelos patrões está na superexploração de baixos salários e na jornada 6×1.
Enquanto lutamos para sobreviver, nos deparamos com os nossos sendo mortos e
encarcerados por um sistema que se esconde na “guerra às drogas”, mas que na realidade promove uma necropolítica pelo extermínio de corpos pretos.
Certamente esse cenário não é novidade. Os elementos de crise que enfrentamos diariamente se tornaram parte do nosso cotidiano. Desde 2023, entramos em uma nova conjuntura nacional, na qual a única saída para aqueles que sonham com um mundo radicalmente novo se encontra na aposta no fortalecimento dos movimentos sociais e nas batalhas do nosso povo. Foi com esse espírito que entramos no DCE da UnB, em uma eleição histórica que voltou a apontar em uma esquerda radical independente e combativa, que não teme dizer seu nome! Foi apostando na luta, na auto-organização dos estudantes, na mobilização permanente que fizemos o DCE deixar de ser uma entidade fantasma para uma ferramenta à serviço da luta do movimento estudantil.
Não há tempo de esperar, ousemos tomar o futuro com nossas próprias mãos!
É impossível compreender o que se passou anteriormente sem ter em perspectiva o movimento grevista. A luta dos professores, técnicos e estudantes pela recomposição orçamentária das Universidades ocorreram em um período contraditório da conjuntura nacional. O Governo eleito com um programa de valorização da educação (em contraste com a barbárie do Bolsonarismo), é o mesmo que hoje estuda a possibilidade de desconstitucionalizar os pisos nacionais da saúde e educação para aplicar o Novo Arcabouço Fiscal, uma medida neoliberal de gestão do orçamento que força os mais
vulneráveis a pagarem pela crise. Mas foi a partir da greve que o DCE em conjunto com os CAs conquistaram uma mesa de negociação, que, apostando na mobilização, arrancou importantes vitórias.
Apesar das muitas tentativas de sufocar o movimento, os seus desdobramentos foram combustível para que novos processos de luta se fortalecessem. É o caso da luta pela permanência estudantil, que teve como grande triunfo o aumento das bolsas de assistência estudantil para R$700,00. Por meio da pressão estudantil, conquistamos a reforma do RU dos campi avançados e a tão esperada instalação dos ventiladores nas salas de aula. E, como fruto de uma luta coletiva elencada como ponto principal da luta do DCE e CAs, junto ao movimento LGBT, conquistamos as cotas trans, tornando a UnB a 11ª universidade a adotar essa política fundamental.
Em um cenário de desmonte das universidades federais, onde temos um grande número de evasão do Ensino Superior, e o modo como segue fazendo anúncios de contingenciamento escancara a falta de respeito que o mesmo tem pela classe. A permanência estudantil deve seguir sendo a prioridade nas lutas da UnB. Muito foi conquistado no último período, mas agora é necessário darmos um salto no movimento estudantil da UnB.
Agora é a hora de construirmos um Movimento Estudantil que consiga combinar o melhor das mobilizações e os métodos da luta da juventude que desenvolvemos no último período e avançar para enfrentar a realidade cada vez mais precarizada que vivemos. Apenas apostando cada vez mais na luta, na organização dos CAs, na auto-organização dos estudantes que poderemos construir uma entidade cada vez mais forte, capaz de enfrentar a realidade atual. Apenas assim poderemos construir uma alternativa que dê cabo de enfrentar a escala 6×1, que consiga fazer com que a UnB seja de fato acolhedora, que tenhamos uma assistência que de cabo das nossas necessidade de permanecer, mas que tenhamos também direitos para trabalhar e não sermos superexplorados, que a realidade das regras acadêmicas não nos expulsem da sala de aula que tanto batalhamos para estar.
Por isso, convidamos todes o estudantes a se somarem a esse nosso movimento rumo às eleições do DCE, sendo integrante ou apoiador do nosso movimento, assim você demonstra que confia no nosso projeto!
Se muito vale o que já conquistamos pelas nossas próprias mãos, mais vale o que será! Que conquistemos tudo aquilo que é nosso!
Permanência para estudar! Diretos para trabalhar!