Quem somos
O Juntos! é um coletivo de juventude que se organiza do norte ao sul do Brasil, nas escolas, universidades, bairros, locais de trabalho e onde quer que esteja a juventude indignada que busca transformação. Nossa missão é para intervir na realidade, lutar pelas pelas necessidade do nosso povo e construir uma sociedade radicalmente diferente.
O Juntos! foi fundado em 2011, inspirado nas grandes rebeliões populares que agitaram o mundo em resposta à crise de 2008, como a Primavera Árabe que derrubou ditaduras, os Indignados da Espanha que ocuparam as praças por democracia real e o movimento Occupy Wall Street, que organizou a população dos EUA contra a elite política e econômica que domina o mundo em que vivemos. A rua está no DNA do Juntos!. Sabíamos que essa onda de revoltas chegaria ao Brasil, e que precisávamos oferecer uma ferramenta de organização para a juventude estar na linha de frente dessa luta. Atentos e prestando solidariedade ativa às lutas internacionais, no Brasil impulsionávamos as mobilizações contra a usina de Belo Monte, as Marchas das Vadias e os protestos contra a “cura gay” de Marco Feliciano.
Impulsionadas pelos eventos internacionais, não demorou para explodirem no Brasil as grandes manifestações das Jornadas de Junho de 2013, das quais nos orgulhamos muito de ter sido parte ativa da construção. Uma rebelião que começou por conta do preço da tarifa e se transformou num levante contra o regime político apodrecido e por mais investimento nos setores públicos, especialmente a saúde e a educação. A partir dessa luta, a mobilização nas ruas como método de luta voltou ao horizonte de milhões de brasileiros, e desde então, seguiram-se a primavera feminista, as ocupações de escolas e universidades por uma educação de qualidade e as fortes greves gerais dos trabalhadores contra o governo Temer. Mais recentemente, construímos a resistência contra o governo Bolsonaro, o pior presidente da história do Brasil: fomos às ruas por justiça por Marielle Franco, construímos o gigante #EleNão, fizemos um verdadeiro tsunami da educação que barrou os cortes nas universidades e, no meio da pandemia de COVID-19, levantamos a cabeça contra o racismo e o genocídio da juventude negra, assim como contra o fascismo que buscou ganhar espaço no Brasil.
O Juntos! cresceu pelos estados e cidades do Brasil, ocupando todos os espaços: as ruas, as redes e também o parlamento. Usamos o espaço das eleições para divulgar e dar voz às nossas ideias de transformação social: em 2014, fomos a juventude da campanha de Luciana Genro, candidata pelo PSOL, que apresentou um programa radical de enfrentamento dos privilégios dos poderosos e de mais direitos para os setores oprimidos. Em 2018, elegemos três deputados federais do Juntos!: Sâmia Bomfim, Fernanda Melchionna e David Miranda, todos do PSOL, que estão hoje ocupando a Câmara Federal como um megafone das lutas construídas por nós do lado de fora dos palácios de Brasília.
Em quase 10 anos, crescemos e nos diversificamos. Construímos setoriais para organizar algumas lutas específicas: como o Juntas!, organização feminista, antirracista e anticapitalista, o Juntos! Negras e Negros e o Juntxs LGBT! Estamos em todas as regiões do país, construindo dezenas de Diretórios Estudantis, Centros Acadêmicos e grêmios escolares. Estamos nos bairros de periferia, vinculados às lutas pela sobrevivência da juventude. Para nós, a organização coletiva é o que muda a vida. Nosso método é a mobilização permanente até a vitória. Apenas juntos, organizados e com um programa radical é que vamos conseguir superar esse sistema e construir uma sociedade radicalmente diferente, livre da exploração e da opressão.
O que defendemos?
→ Anticapitalistas e internacionalistas
O capitalismo é um sistema de exploração e opressão da maioria da população em benefício do 1% mais rico, os bilionários e poderosos. Queremos construir uma nova sociedade, em que o poder esteja nas mãos dos 99% da população que hoje sofrem nas mãos dessa casta política e econômica.
Se o capitalismo é global, nossa luta também deve ser. Lutamos para construir vínculos e solidariedade ativa em todos os lugares do mundo onde há luta e resistência contra o poder do capital e da extrema-direita. Estamos passando por uma crise sistêmica do capitalismo, onde essa extrema-direita autoritária busca se vender como alternativa; é nossa tarefa resistir a ela, e também impulsionar as novas alternativas políticas dos trabalhadores e do povo que surgem das lutas. Há todo um velho mundo em ruínas, e a construção do novo mundo está nas nossas mãos.
→ Educação popular e emancipadora
Bolsonaro e os governos reacionários atacam a educação e a ciência de maneira consciente, porque sabem que nelas estão as sementes da crítica e da rebeldia contra os retrocessos. Temos como prioridade a defesa da educação pública, do pensamento e da pesquisa crítica, e de uma educação que busque emancipar a sociedade. Queremos ocupar as universidades com a maioria da nossa população, os jovens negros e pobres. Construímos essas lutas todos os dias no movimento estudantil nas universidades e nas escolas, em parceria com a Rede Emancipa de educação popular, um dos mais importantes movimentos de educação do país.
→ Contra toda opressão, lutamos pela liberdade
As mulheres, o povo negro e as pessoas LGBTs estão numa rebelião imparável contra os discursos de ódio e violência propagados pela extrema direita e pelo neoliberalismo. São essas pessoas que estão na linha de frente de todas as lutas do nosso tempo, por serem os mais afetados pela desigualdade da nossa sociedade capitalista. Temos como princípio a luta contra essas opressões estruturais, e o fortalecimento desses sujeitos políticos para acabar com o machismo, o racismo, a LGBTfobia e todas as formas de opressão da nossa sociedade.
→ Não mude o clima, mude o sistema
A questão ambiental está surgindo como um tema urgente em todo o mundo, por conta da degradação promovida pelo sistema capitalista na sua busca por mais acumulação e mais exploração. Já são inúmeros desastres ambientais por todo o mundo e inclusive no Brasil, como atestam os incêndios na Amazônia e o rompimento das barragens em Brumadinho e Mariana. Em conjunto com os povos originários que estão na linha de frente dessa luta, lutamos por uma alternativa de sociedade que respeite a vida e os limites da natureza.
→ Cultura para transformar a sociedade
A cultura é um dos principais focos de ataque do governo Bolsonaro e dos governos reacionários, e portanto é uma das mais potentes ferramentas de resistência. O cinema, os teatros, os museus, a música, o grafite, a dança, o carnaval e tantas outras formas de expressão cultural sempre foram ferramentas políticas, e agora são essenciais para denunciar o velho mundo de exploração e ajudar a construir um novo mundo de justiça e dignidade.
→ Mobilização permanente
Para nós, a ferramenta mais eficaz para alcançar a transformação é a luta cotidiana nas ruas. Transformar a sociedade de conjunto é um objetivo ousado, e precisa que sejamos muitos, e que estejamos organizados, defendendo um mesmo programa de transformação e ocupando todos os espaços de poder: as escolas, as universidades, as praças, os locais de trabalho e a internet, uma ferramenta cada vez mais poderosa para ganhar corações e mentes para a disputa política. Só com a mobilização permanente podemos avançar a consciência, potencializar a força das nossas ideias e mover as estruturas da sociedade. Um novo mundo é possível, se lutarmos juntos!