Pelo fim das relações da UNICAMP com Universidades Israelenses
Desde o último dia 07/10/2023, assistimos horrorizados a um crime bárbaro contra a humanidade, do tipo que só tem precedente em processos como a Segunda Guerra Mundial, a sanguinária “Guerra ao Terror” e o regime de Apartheid sul-africano. A ofensiva israelense, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, expoente da extrema direita, é um genocídio contra o povo palestino que já deixou, aproximadamente, 30 mil vítimas fatais, mais de 7 mil desaparecidos, além de milhões de Árabes Palestinos refugiados, em pouco mais de 130 dias.
Em uma ação que busca exterminar o povo Palestino e ocupar seus territórios ilegalmente, “israel” vem cada vez mais aprofundando o massacre de palestinos. É sabido por toda comunidade internacional, inclusive por países que apoiam o genocídio, que a maioria das vítimas do exército israelense são mulheres e crianças. Nessa escalada da ofensiva tornou-se habitual o ataque a alvos civis, como escolas, hospitais e campos de refugiados, mais uma grave violação dos direitos internacionais cometidos por “israel”.
Com isso, a comunidade internacional cada vez mais vem se solidarizando com a comunidade Árabe Palestina, exigindo de maneira contundente o cessar-fogo imediato. O presidente Lula, somando-se a outras iniciativas internacionais como o julgamento na corte de HAIA de “israel” a pedido da África do Sul, afirmou, corretamente, que “israel” comete genocídio. Além disso, também comparou a crueldade dos crimes de “israel” com aqueles cometidos pelo regime nazista.
A UNICAMP, indo na contramão do sentimento cada vez mais pulsante no mundo da necessidade de pressionar “israel” pelo fim do genocídio, mantém relações com universidades israelenses. Essas universidades são: Universidade de Tel Aviv, Instituto de Tecnologia de Israel, Universidade Bar-Ilan, Universidade de Haifa e Universidade Hebraica.
Essas instituições foram convidadas para a feira de universidades israelenses, que seria realizada na UNICAMP, mesmo com a comunidade interna da UNICAMP denunciando, de diferentes maneiras, os crimes associados a essas instituições de ensino. Entre os crimes cometidos estão: associação ao regime de Apartheid; desenvolvimento de munições, armamentos e sistemas aplicados na ocupação israelense da Palestina; tecnologias militares para ocupação e construção de assentamentos ilegais; utilização de técnicas de tortura e desumanização de palestinos encarcerados, entre outros.
O movimento estudantil, na ocasião da feira, se manifestou e se opôs à postura da reitoria da UNICAMP de cumplicidade com o regime colonialista de Apartheid de “israel”. Como resposta a esse ato corajoso de reafirmar a UNICAMP como território livre de Apartheid, a reitoria da UNICAMP está processando o movimento estudantil, e tentando punir individualmente estudantes que participaram. Inclusive, um dos processados é militante do nosso coletivo. Esta é uma postura extremamente antidemocrática que novamente coloca a reitoria alinhada aos interesses das universidades israelenses.
Assim, convidamos todes aquelus que sabem que o silêncio não é uma opção, e que cabe a nós pressionar pelo fim das relações institucionais e diplomáticas com as universidades israelenses, a assinar este abaixo-assinado. Seguimos o exemplo corajoso da Universidade Federal do Ceará, que anunciou a revogação de um edital que previa relações com israel como forma de denunciar o genocídio em curso, além da Universidade da Califórnia Davis que, após muita luta des estudantes, não direcionou um único centavo de seu orçamento para empresas cúmplices do sionismo. Por isso, pedimos o cessar-fogo imediato, o rompimento das relações do Estado brasileiro com “israel” e o fim das relações da Unicamp com as universidades israelenses cúmplices do genocídio.
