Vídeo: Policial militar agride estudante da USP
Hoje pela manhã a Guarda Universitária e a Polícia Militar do Estado de São Paulo realizaram nova operação para retirar os estudantes que estavam dentro do espaço estudantil do DCE-Livre da USP. Este vídeo mostra um estudante sendo agredido arbitrariamente.
Hoje pela manhã a Guarda Universitária e a Polícia Militar do Estado de São Paulo realizaram nova operação para retirar os estudantes que estavam dentro do espaço estudantil do DCE-Livre da USP. Como afirma a nota da chapa Não Vou Me Adaptar, causa indignação a sequência de medidas de força que a reitoria da USP vem tomando ao longo das férias. Após meses de greve, na qual milhares de estudantes rechaçaram a política autoritária de Rodas, é uma provocação que, após a expulsão de seis estudantes, a reitoria decida utilizar a Polícia Militar para tomar um espaço que há anos vem sendo utilizado como sede da entidade máxima de representação dos estudantes, o DCE-Livre da USP.
A disputa recente em torno desse espaço tem origem em 2006, quando a reitoria assinou um compromisso com o DCE-Livre e a APG para reformá-lo e entregá-lo com garantia de manutenção da autonomia das entidades sobre o espaço, além do repasse de verbas oriundas de aluguéis. Após quase dois anos de atraso nas obras e o anúncio de que o acordo anterior não seria mantido uma assembléia estudantil, em 2009, deliberou a reocupação do espaço.
Após esta ocupação, o X Congresso de Estudantes (realizado em 2010) deliberou a abertura de negociações e critérios para que a reforma fosse concluída e o espaço pudesse voltar a ser utilizado pela comunidade universitária. Nos dois últimos anos, no entanto, as tentativas de resolução do impasse foram infrutíferas. A reitoria ignorou solenemente as reivindicações estudantis e nem sequer se dispôs a apresentar, por escrito, o termo de uso que propunham para o espaço.
A garantia dos espaços às entidades estudantis, de funcionários e professores são essenciais para a independência e auto-organização destas categorias. No caso específico do espaço do DCE-Livre, trata-se dos estudantes terem liberdade em realizar atividades políticas, manifestações culturais, artísticas e de integração. O fechamento desse espaço, no bojo de retirada de outros espaços estudantis como os barracões, corresponde a um ataque direto à entidade máxima de representação estudantil da USP, o DCE-Livre, e demonstra disposição da reitoria de impedir a auto-organização estudantil e a luta por uma universidade pública de qualidade.
Neste vídeo, gravado hoje, um policial militar sem identificação agride e aponta a arma para um estudante arbitrariamente:
O aluno agredido é Nicolas Menezes Barreto, que estuda Ciências da Natureza na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH).
Confira também a entrevista do Sul21 com Thiago Aguiar, estudante de Ciências Sociais na USP e militante do Juntos!