Violência contra a mulher: epidemia mundial
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Violência contra a mulher: epidemia mundial

Pode não ser nessa sequência e nem a mesma história. Porém, sabemos que a violência contra a mulher, oprime, humilha, magoa, machuca e mata. Esse processo tem inúmeras faces.

Tássia Lopes 26 set 2013, 11:52

“Só me dava porrada e partia pra farra
Eu ficava sozinha esperando você
Eu gritava e chorava que nem uma maluca….”
Gaiola das Popozudas

* Tássia Lopes

Pode não ser nessa sequência e nem a mesma história. Porém, sabemos que a violência contra a mulher, oprime, humilha, magoa, machuca e mata. Esse processo tem inúmeras faces.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a violência contra as mulheres é um problema de saúde global. Uma epidemia. Mais de 1/3 de todas as mulheres do mundo (sim, do Planeta Terra – esse que estamos vivendo) já sofreram violência física ou sexual. A Índia a pouquíssimo tempo iniciou uma campanha com imagem de deusas feridas pela violência doméstica, no país 68% das mulheres sofrem violência. O mesmo país ganhou visibilidade internacional pelas notícias de estupro coletivo de uma estudante dentro do ônibus e também, o de uma fotógrafa.

No Brasil, ainda que os dados não sejam tão alarmantes enquanto a Índia, estamos no 7º lugar do rancking mundial de violência contra a mulher. Pesquisas mostram que no ano de aplicação da Lei Maria da Penha (2006) o índice de violência contra a mulher caiu, mas infelizmente a partir de 2008 tem aumentado novamente esse índice. Apenas 7% dos nossos municípios contam com delegacias da mulher, do mesmo modo são poucas as casas abrigos o que aumenta o sentimento de impunidade.

Segundo o Mapa da Violência de 2012, 68,8% das mulheres são agredidas na sua própria casa. Do rancking das 100 cidades mais violentas, 40 são aqui no nordeste. Também há um estigma de culpabilização da vítima de estupro, acusada de seduzir o agressor e etc. Essa mentalidade tem que mudar! Mesmo com dados tão alarmantes vemos o governo viabilizar a Lei Maria da Penha a passos de tartaruga.

Somos oprimidas em situações mais simples do nosso cotidiano: por caminhar na rua, respirar e etc!? Sim, parece ridículo para alguns que estão lendo nesse momento, mas é. A poucas semanas foi lançada a pesquisa CHEGA DE FIU-FIU a qual 99,6% das entrevistadas admitem que já foram assediadas pelo simples fato de existir. Receberam cantadas na rua (98%), transporte público (64%), trabalho (33%),… Enfim, em qualquer lugar, porque sugeriu o André Miranda o que seria de um homem másculo sem assediar uma mulher nesses espaços?

A pesquisa CHEGA DE FIU-FIU foi esclarecedora para muitos da opressão cotidiana que vivemos. Que 90% das mulheres trocam de roupa para não serem assediadas na rua, a grande maioria delas tem MEDO e 83% não acham essas cantadas legal.

As mobilizações de junho mostraram que a nossa força pode fazer a diferença. A luta contra o Estatuto do Nascituro, que além de restringir o direito da mulher vítima de estupro de abortar, prevê a banalização do estupro. Uma vez que o agressor deixará de ser criminoso para ser será pai (estará na certidão de nascimento e pagará pensão). Uma dupla violência contra os direitos das mulheres. Vamos tomar as ruas contra esse projeto imposto pelo fundamentalismo religioso que é base do governo Dilma (Lembra? 1ª mulher presidenta)

Para que não haja mulheres com a história semelhante ao funk acima. Vamos organizar nossa indignação para, juntas, nossa luta mudar o mundo!

* Tássia Lopes é do Juntas! Natal


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