A luta contra Rodas e a juventude tucana nas eleições do DCE da USP
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A luta contra Rodas e a juventude tucana nas eleições do DCE da USP

Há três anos a USP se encontra sob o mando de uma das mais truculentas reitorias do país, ligada diretamente ao governo do PSDB no estado. O descontentamento e a mobilização da comunidade universitária em resposta a isso tendem a crescer em 2012.

Pedro Serrano e Thiago Aguiar 16 mar 2012, 13:52

* Pedro Serrano e Thiago Aguiar

O final de 2011 ficou marcado por grandes manifestações estudantis na Universidade de São Paulo. Há três anos a USP se encontra sob o mando de uma das mais truculentas reitorias do país, ligada diretamente ao governo do PSDB no estado. O descontentamento e a mobilização da comunidade universitária em resposta a isso tendem a crescer em 2012.

Para onde Rodas quer levar a USP?

 Os absurdos da atual reitoria começaram com a própria nomeação do reitor. Em 2009, João Grandino Rodas sequer foi o mais votado nas eleições internas da USP, mas foi indicado para o cargo pelo então governador de São Paulo, José Serra. À época, isso já demonstrava a serviço de quem Rodas pretendia gerir a universidade.

Desde então, o reitor tem implementado medidas que alteram o caráter público da universidade e que restringem a liberdade de expressão e de organização política de estudantes, professores e funcionários. Atualmente, por exemplo, a reitoria ameaça processar professores da Associação de Docentes da USP simplesmente por conta de manifestações públicas de oposição. A maior universidade do país, assim, continua sendo uma das mais elitizadas e distantes da maioria da população, ao mesmo tempo em que não respeita padrões mínimos de democracia na sua organização interna.

A “aula de democracia” dos estudantes

Mas todos esses absurdos não têm ficado sem respostas. Já no final do ano passado, milhares de estudantes da USP protagonizaram uma das maiores mobilizações do movimento estudantil em 2011. A indignação explodiu após uma ação sem precedentes da Tropa de Choque da Polícia Militar dentro da universidade, que prendeu mais de 70 estudantes por motivos políticos.

O que vimos, então, foi uma verdadeira “aula de democracia” dos estudantes da USP. Assembleias, atos e uma greve estudantil, construídos por milhares de estudantes, demonstraram que a mobilização direta é a única maneira de defender a universidade. O Juntos! esteve presente em todas essas manifestações e em 2012 queremos fazer um movimento ainda maior.

Derrotar a reitoria nas eleições para o DCE

Uma das primeiras e mais importantes batalhas para isso são as eleições para o DCE que acontecerão nos dias 27, 28 e 29 de março. O DCE-Livre da USP carrega o nome de “Alexandre Vannucchi Leme” (estudante morto pela ditadura militar em 1973) e tem um papel histórico na articulação política dos estudantes. Por isso, a tarefa do movimento estudantil nessas eleições é a de defender esse patrimônio e derrotar a organização da reitoria entre os estudantes.

A exemplo do que tem acontecido em outras universidades do país, há uma chapa abertamente reacionária organizada para as eleições do DCE da USP. Ligada a partidos como PSDB, PP e PSD, a chapa “Reação” goza de relação estreita com a reitoria da USP e pretende fazer do DCE a “secretaria estudantil” de Rodas. Por trás de um discurso falsamente apartidário, esse setor pretende acabar com a independência histórica do DCE e colocar a “juventude do Serra” a frente da maior entidade estudantil do país.

Para não permitir que isso aconteça, o Juntos! está organizando a chapa Não Vou me Adaptar! nas eleições para o DCE de 2012. Trata-se da maior e mais representativa chapa inscrita no processo eleitoral, construída unitariamente por diferentes coletivos estudantis e centenas de ativistas. Diante do momento em que se encontra a USP e dos riscos colocados para o movimento estudantil, consideramos fundamental a unidade de todos os setores democráticos e dispostos à luta dentro da universidade. Nesse momento, a luta contra a reitoria e a direita é prioritária, e não a disputa fratricida, o divisionismo inconsequente e a autoconstrução no movimento estudantil, como vêm fazendo setores como Consulta Popular e Contraponto através da chapa “Universidade em Movimento”.

A vitória do movimento estudantil nas eleições para o DCE-Livre da USP em 2012 significa a possibilidade de continuar a luta democrática dentro da universidade nos próximos anos. Derrotar a reitoria nas ruas e nas urnas é uma tarefa urgente e necessária. Precisamos de um DCE independente para democratizar a USP!

* Pedro Serrano e Thiago Aguiar são militantes do Juntos! na USP


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