A primeira greve de caráter internacional do Século XXI pode representar um passo adiante na dinâmica da luta social na Europa. Uma greve geral convocada em Portugal, Espanha, Chipre e Malta, tendo adesões de importantes setores industriais e de serviços, ainda que parcialmente, na Grécia e na Itália.
Se por um lado, os capitalistas, a Troika e seus representantes nacionais impõe mais sacrifícios ao povo[como na aprovação do orçamento grego], por outro é a primeira tentativa de uma ação coordenada comum, do ponto de vista dos trabalhadores e suas organizações.
Duas grandes questões se incorporam na pauta política da greve: a primeira delas é dramática situação de caos social[enorme número de suicídios e tragédias familiares motivadas por dívidas impagáveis e despejos] que se observa nas ruas da Espanha e Grécia; a segunda é o desgaste que os governos conservadores acumulam em Portugal e na Espanha. O que chama a atenção é que tal repúdio não encontra na oposição socialdemocrata eco, pelo contrário, tais partidos que já governaram recentemente, estão ainda mais desacreditados. ![323954_328745723886609_1197009467_o](https://juntos.org.br/wp-content/ups/2012/11/323954_328745723886609_1197009467_o-600x399.jpg)
Os resultados da greve ainda são imprevisíveis, porém já assustam mais a burguesia do que nunca. E deixam desconfortáveis, os dirigentes sindicais mais burocráticos acostumados a conduzir de forma unilateral as negociações salariais e classistas.
As notícias que vão chegando aos poucos, reverberando nas redes, se espalhando no mundo, vão testar a hipótese que parece arriscada, contudo, possível: o 14 N pode marcar um novo tempo. De maior confiança dos trabalhadores nas suas próprias forças, de menor paciência com os governos de turno e de total unidade entre as demandas parciais de indignados, aposentados, trabalhadores, precários, imigrantes.
Amanhã a esperança tem um confronto decisivo contra a catástrofe. Nas praças do mundo. Somos esperança.
*Israel é sociólogo e dirigente nacional do PSOL.