Santa Maria: Um apelo em nome da saúde pública!
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Santa Maria: Um apelo em nome da saúde pública!

O relato de um voluntário no Pronto-Atendimento do Hospital Unviersitário de Santa Maria

Lotário de Souza 29 jan 2013, 13:58

Por Lotário de Souza, estudante de Enfermagem da UFSM,

do Juntos-Santa Maria e está voluntário no Pronto-Atendimento do HUSM desde 27 de janeiro.

Foram tantas coisas que vi e ouvi nesses últimos 3 dias que é difícil pensar direito. Entendo a dor dos familiares e amigos que perderam pessoas queridas nessa chacina (sim, descaso não é acidente).

A cidade de Santa Maria e o estado do RS vivem um problema crônico de leitos, mas não de qualquer leito e sim leitos de UTI. Alguns dados mostram que no estado o déficit pode chegar a 500 leitos. No HUSM esse déficit é de cerca de 50 leitos, hoje o HUSM conta com 36 leitos (divididas em unidades adulto, pediátrico e recém nascido). Infelizmente essas unidades estão sempre na capacidade máxima o que ocasiona que vários pacientes que deveriam estar em UTI ficam em outras unidades onde não se tem pessoal suficiente para dar o cuidado adequado ao que requer o paciente.

Outra triste realidade é a do PA (pronto-atendimento) do HUSM onde o problema não é falta de leitos e sim de pessoal. Pouca gente sabe, mas existe uma ala pronta para funcionar com capacidade de 9 leitos de emergência no PA, porém por falta de gente ela encontra-se fechada. Ela foi aberta no domingo para atender toda a demanda que chegou, porém nesse momento já encontra-se novamente fechada.

Assim, essa falsa sensação de que está tudo bem com nosso sistema tem de ser quebrada. Cabe a nós estudantes, trabalhadores da área de saúde e a população em geral cobrarmos do Ministério da Saúde e das secretárias de saúde o devido investimento no SUS realmente público. Porque é inadmissível que um patrimônio público como o HUSM seja sucateado, para parecer ineficiente para depois poder privatizá-lo – não podemos esquecer que a EBSERH ronda os corredores de nosso hospital.

Nosso sentimento de tristeza e indignação não pode apenas ficar nas redes sociais ou no nosso círculo de amizade. Devemos todos juntos mostrar que o único conforto é a Justiça Para que isso nunca mais se repita!


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