Ato de Apoio à Revolução Síria: Nem Obama, Nem al-Assad!
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Ato de Apoio à Revolução Síria: Nem Obama, Nem al-Assad!

Não ao imperialismo e não à ditadura! A única forma de fazermos a revolução avançar é nos colocando ao lado da população síria.

Luana Gurther 21 set 2013, 18:15

*Luana Gurther

Há dois anos inciava-se a Primavera Árabe com o levante da população do norte da África e do Oriente Médio. Começando pela queda do ditador Ben-Ali na Tunísia, derrubando Mubarak no Egito e Kadaffi na Líbia, diversos outros países passaram por imensos protestos contra ditaduras que massacram suas populações. A Síria é parte da Primavera Árabe e também continua o seu processo revolucionário contra a ditadura de Bashar al-Assad. Recentemente temos visto nos noticiários a possibilidade de uma intervenção militar nesse país encabeçada pelos Estados Unidos contando com os apoios da França, da Inglaterra e da OTAN. Essa possibilidade foi levantada quando o mundo todo soube do uso de armas químicas pelo regime ditatorial contra a população síria, ataque que causou a morte de 1400 pessoas, entre elas muitas crianças.

Ontem em São Paulo aconteceu mais um ato em apoio à Revolução Síria. O Juntos! esteve presente, assim como os companheiros do Movimento Esquerda Socialista (MES), PSTU, do Comitê de Apoio à Luta e Revolução do Povo Sírio, da UNI (União Nacional Islâmica), da CSP-Conlutas entre outros. Pois acreditamos que diante de uma possível intervenção militar liderada pelo imperialista Estados Unidos, não podemos ficar ao lado de uma ditadura que já matou mais de 100 mil civis e que tolera que milhares de mulheres sejam estupradas por seus soldados. Estamos incondicionalmente ao lado da juventude e da população que trava um confronto direto com a ditadura e com o imperialismo.

As diferentes posições tomadas pelas potências imperialistas mostram que nenhum dos lados quer defender a dignidade e a liberdade democrática pelas quais o povo sírio está lutando. Tanto os EUA e seus aliados, quanto a Rússia e a China que apoiam a ditadura contra o outro bloco, querem acabar com o processo revolucionário, pois esse ameaça seus interesses políticos e econômicos na região, interesses que são contrários à liberdade e autonomia dos povos. Basta lembrar o que o primeiro ministro da Russia Putin está fazendo contra a própria população russa ao criminalizar os homossexuais, incentivando a intolerância e a violência contra esse setor da sociedade.

O ato teve início na praça Oswaldo Cruz e seguiu até o consulado sírio localizado na avenida Paulista, contou com a presença do coordenador do Comitê de Apoio à Luta e Revolução do Povo Sírio Mohamad El Kadri, e denunciou os horrores da guerra civil na Síria. Os movimentos sociais e partidos de esquerda independentes do governo federal, têm apenas um lado: o da população que luta por democracia! Ao chegarmos no consulado, um grupo de meia dúzia de provocadores pró Bashar al-Assad roubou uma das bandeiras sírias dos manifestantes e ateou fogo nela. Esse tipo de autoritarismo e cegueira sobre os acontecimentos não condiz com o espírito da juventude brasileira que também se levantou em junho!

Não ao imperialismo e não à ditadura! A única forma de fazermos a revolução avançar é nos colocando ao lado da população síria e exigindo com que a presidenta Dilma rompa imediatamente as relações políticas e comerciais com a Síria.

* Luana Gurther é diretora do DCE Livre da USP e militantes do Juntos


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