AUSTRÁLIA: Estudantes protestam contra cortes e privatização da educação
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AUSTRÁLIA: Estudantes protestam contra cortes e privatização da educação

Os exemplos da Holanda, Espanha, Inglaterra, Canadá e Austrália só nos provam que a luta por uma educação pública, gratuita, democrática e de qualidade é internacional! Amanhã, dia 26 de março, é a vez dos estudantes brasileiros ocuparem as ruas, as escolas e as universidades para derrotar o ajuste e os cortes do governo Dilma.

Guilherme Desiderio 25 mar 2015, 22:48

*por Guilherme Desiderio

O dia 25 de março começou agitado do outro lado do mundo. Milhares de estudantes, convocados pela National Union of Students (NUS), marcharam em diversas cidades da Austrália contra as políticas para a educação do governo Liberal do Primeiro Ministro Tony Abbott. O ato ocorre após diversos sindicatos e associações (unions) terem realizado há três semanas (04 de março) o national day of action, que pautou os cortes e propostas de privatização na educação e em outros serviços públicos que são total ou parcialmente subsidiados pelo estado, como energia, saúde e os direitos trabalhistas.

Fonte: Socialist Alternative

Fonte: Socialist Alternative

A proposta do governo, que já foi derrotada duas vezes no Senado em menos de três meses por conta da mobilização popular, é insistida pelo Ministro da Educação Christopher Pyne. Além do corte de cerca de 20% no Commonwealth Supported Places (CSP) – programa que financia em todas as universidades públicas e algumas particulares parte das mensalidades de estudantes que são contemplados com o auxílio –, o governo quer flexibilizar o limite de quanto as instituições podem cobrar dos alunos. A National Tertiary Education Union (NTEU) – sindicato dos profissionais que trabalham em instituições de ensino superior – estima que a taxa de aumento das mensalidades dos cursos devem ultrapassar 200%!

Foto: Guilherme Desiderio

Foto: Guilherme Desiderio

O plano do governo, na prática, é transformar as universidades em um paraíso para os negócios – um lugar em que os cursos custam muito para os jovens, onde estudantes estão afogados em dívidas e os professores e funcionários sejam mal remunerados. O desempenho, o resultado e o lucro falarão cada vez mais alto que o ensino, a pesquisa e a extensão. A educação que já é praticamente toda privada (pois até as universidades públicas possuem taxas) será entregue de vez para o mundo corporativo.

Os exemplos da Holanda, Espanha, Inglaterra, Canadá e Austrália só nos provam que a luta por uma educação pública, gratuita, democrática e de qualidade é internacional! Amanhã, dia 26 de março, é a vez dos estudantes brasileiros ocuparem as ruas, as escolas e as universidades para derrotar o ajuste e os cortes do governo Dilma.

*Guilherme é militante do Juntos! e intercambista na Austrália


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