Entre balas e pedras atiradas em nome do ódio, a única coisa que segue caindo é o sangue do povo negro. O nosso sangue que é tão vermelho e tão quente quanto o de qualquer católico, de qualquer protestante, judeu, tanto quanto o de qualquer branco do sul dos Estados Unidos.
Na última noite, nove pessoas negras foram covardemente assassinadas enquanto faziam uma costumeira reunião em uma igreja afro-americana, na cidade de Charlestone, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Um homem branco, com uma jaqueta, que carregava a estampa do símbolo do apartheid da África do Sul.
O crime cometido nos Estados Unidos contra negros que querem seu direito tão básico de se reunirem em nome de sua fé expressa muito do que é o racismo nos Estados Unidos, expressa exatamente o real significado do “we can’t breathe”.
E é um ódio que tem um link direto com o que aconteceu essa semana no Brasil, quando uma menina de 11 anos negras foi apedrejada – sim, foi apedrejada, coisa que se fazia só nos tempos mais remotos – quando estava saindo deu uma reunião de candomblé.
Nessa história, se perdem vidas humanas, preciosas e insubstituíveis, perde-se dignidade, perde-se tudo. Só não se perde a intolerância e ódio racial e religioso contra negras, negros e seus modos de manifestarem suas crenças.
Por isso, nós do Juntos, especialmente nós negros e negras, que estamos especialmente sensibilizados com todas essas situações, declaramos todo nosso apoio e solidariedade a toda população que foi ou que será vítima desse tipo de perseguição.
Também, colocamos aqui nosso inteiro repúdio à bancada fundamentalista que hoje toma conta do nosso Congresso nacional, que tanto para esse tipo de prática em todo o Brasil. Também aproveitamos para dizer que não podemos estar um segundo sequer ao lado destes que tanto nos perseguem, como alguns setores que se dizem nosso aliados frequentemente estão.
Nenhuma preta e nenhum preto será esquecido.