Contra o Genocida, precisamos de um novo tsunami da educação
Ato em defesa da UFRJ em maio

Contra o Genocida, precisamos de um novo tsunami da educação

Estudantes tomam as ruas no Rio em defesa das universidades

Juntos! RJ 15 maio 2021, 16:30

 Nos últimos dias se espalhou mais publicamente a situação que passa a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a primeira e maior federal do Brasil. A reitoria da universidade se pronunciou dizendo que com o orçamento que há em caixa atualmente, a UFRJ não tem condições de seguir suas atividades (que vão aliás, muito além das aulas) a partir de julho. Assistimos também, uma reação gigantesca nas ruas do Rio de Janeiro com mais de 4 mil estudantes dispostos a defender a universidade mesmo em meio a pandemia. Com a situação extrema que as universidades estão chegando, está colocada a possibilidade de um novo tsunami da educação.

Em 2019 o corte de Bolsonaro e Weintraub de 30%, levou universidades e escolas federais a se mobilizar em todo o país. Depois de derrotado, o governo tenta se movimentar para disputar as saídas da crise de falta de recursos na educação: apresenta o projeto Future-se. A ideia seria lotear prédios e pesquisas das universidades para empresas privadas tomarem conta do financiamento da educação. Essa saída foi amplamente rechaçada nos Conselhos Universitários, pela quase totalidade das reitorias e logo foi paralisada no Congresso.

Mas para 2021, Bolsonaro promove mais um corte de 37%, com a educação chegando ao pior orçamento desde 2004. Além de posteriormente bloquear mais 30% do valor aprovado pela LOA. Somando-se aos sistemáticos cortes da educação desde 2012, não é um exagero quando as universidades anunciam que terão que paralisar. A situação orçamentária é insustentável para a manutenção das universidades e IFs, incluindo os hospitais universitários que estão cumprindo um papel tão central nessa pandemia.

O que está acontecendo é que Bolsonaro está rifando a ciência brasileira e o futuro de milhões de estudantes, para se salvar do impeachment. O “caixa paralelo” está comprando deputados com 3 bilhões de emendas parlamentares, enquanto a educação brasileira entra em colapso. Por isso, para nós só há saída com a derrota deste Bolsonaro, inimigo das universidades desde o 1 dia de governo.

Devemos nos levantar contra a paralisação das universidades, mas também disputar as saídas em relação a “crise” apresentada. Não podemos aceitar que se abra espaço para privatização das universidades públicas e reverter a PEC do Teto de gastos, apontando que é dos mais ricos com a taxação das grandes fortunas e com o fim da corrupção de Bolsonaro, que vamos garantir a continuidade de nossas universidades.

Nesse momento em que todos aguardam seu momento de vacina, e enxergam nela uma esperança no fim do túnel, não é possível aceitar que as universidades que estão inclusive desenvolvendo projeto de vacina, como a UFRJ, tenham suas atividades interrompidas por não ter dinheiro para pagar o básico. Precisamos construir uma grande mobilização nacional das universidades e IFs, dizer que estamos perdendo a paciência. Quando pedimos vacina, nos dão chacina. Quando pedimos educação, nos dão corrupção. É preciso que a gente deixe de se acostumar com o absurdo: não dá mais pra aceitar nenhum dia a mais desse governo.

Nesse momento em que o governo está acuado, com o pior nível de rejeição desde o início do governo e passando pela CPI da COVID, precisamos reforçar as ruas para que Bolsonaro pague por tudo que tem feito o povo brasileiro passar. Devemos apostar que do recado que a UFRJ deu no dia 14, possa nascer o pontapé para nosso próximo tsunami. Dia 19 vamos construir em todas universidades do país manifestações contra os cortes e dia 29, em conjunto com as centrais e movimentos sociais, fazer um grande Fora Bolsonaro para colocar esse verme no seu devido lugar.


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