Nota do Juntos! sobre as eleições do CACH/Unicamp
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Nota do Juntos! sobre as eleições do CACH/Unicamp

scolha da nova gestão do CACH – Centro Acadêmico de Ciências Sociais e História da Unicamp. A votação ocorrerá de 09 à 11/11 de maneira remota. Há três chapas concorrendo na disputa para a entidade, e nós do Coletivo Juntos desejamos convidar todes estudantes a conhecerem nossa posição.

Juntos Unicamp 10 nov 2021, 11:09

Nos próximos dias, os estudantes do IFCH têm um compromisso importante a cumprir com o movimento estudantil: a escolha da nova gestão do CACH – Centro Acadêmico de Ciências Sociais e História da Unicamp. A votação ocorrerá de 09 à 11/11 de maneira remota. Há três chapas concorrendo na disputa para a entidade, e nós do Coletivo Juntos desejamos convidar todes estudantes a conhecerem nossa posição.

Vivemos um momento grave de crise no Brasil. A fome, o desemprego, a inflação e a destruição ambiental estão cada vez mais latentes e seguem penalizando a população mais vulnerável. O movimento estudantil e a juventude têm sido a principal barreira nas ruas contra o avanço do obscurantismo autoritário de Bolsonaro. O Tsunami da Educação foi o melhor exemplo de que é possível disputar uma maioria da sociedade contra o projeto de desmonte dos direitos democráticos, sociais, trabalhistas e ambientais. Respondemos prontamente a todos os ataques recentes à educação e à ciência pública levando milhões às ruas de todo o país. Nos mobilizamos contra os cortes nas bolsas, as fake news e o negacionismo. Nos somamos à luta dos trabalhadores dentro e fora das universidades, demonstrando na prática que nossa confiança é na solidariedade de classe. 

Contudo, do nosso lado temos encontrado dificuldades de alavancar e ampliar as lutas contra os inúmeros ataques às mulheres, a comunidade LGBTQIA+, a juventude, a população preta e periférica, ao meio ambiente e a retirada de direitos sociais. Isso porque hoje parte da oposição encabeçada principalmente por Lula e o PT só pensa nas eleições de 2022 como resposta à grave crise que vivemos. Usam da tática irresponsável de sangrar Bolsonaro até o limite como condição para a vitória. Mas nós somos parte da esquerda que compreende que facismo se derrota nas ruas, a partir de mobilização permanente. 

Bolsonaro é criminoso e corrupto! É o responsável oficial pelas mortes vitimadas pela COVID-19 que no Brasil ultrapassam os 600 mil, tendo gasto mais dinheiro na publicidade das notas de 200 reais do que em campanhas sanitárias; bem como se envolvido em escândalos de negociação do valor da dose da vacina enquanto o povo morria nas filas dos hospitais. Não dá para esperar, o impeachment é urgente! e a luta pela derrota de Bolsonaro e do bolsonarismo precisa ser no hoje unindo todas as categorias que estão em movimento: dos trabalhadores precarizados, aos servidores públicos e aos estudantes de todo o país!

As Universidades públicas sempre representaram resistência a períodos tenebrosos de nossa história. Atualmente, uma nova geração de jovens negros, indígenas, mulheres, LGBTQIA+ e trabalhadores são os primeiros de suas famílias a ingressarem numa instituição pública e renomada de ensino superior graças a conquista das cotas sociais e raciais. Contudo, esse sonho se distancia à medida que as políticas de permanência estudantil permanecem insuficientes. No caso da Unicamp, a moradia estudantil está em uma situação preocupante. Há bastante tempo o Movimento Estudantil denuncia essa realidade. É preciso que as novas gestões das entidades estudantis se comprometam com a luta auto-organizada dos moradores e que criem espaços conjuntos com o DCE no fomento a calendários de luta pela ampliação e reforma imediata das casas. 

A nova reitoria eleita se apresenta enquanto a representação de um polo democrático da universidade, o que deve ser aproveitado pelo movimento estudantil,  contudo, sem ilusões. Seu projeto econômico pouco se diferencia da reitoria de Marcelo Knobel, e propõe um modelo de avanço das privatizações em detrimento de uma ação decidida contra o governo do estado para a conquista de um maior investimento público nas universidades paulistas. Entretanto, a unidade de ação para a derrota do Bolsonarismo já exige de nós a articulação entre todos os setores da comunidade em prol da defesa das universidades. Os interesses dos estudantes são quase sempre antagônicos com os da reitoria, mas o período nos exige a habilidade política para fazer a unidade pontual na ação com todos que defendem a democracia, sem que isso signifique a perda de nossa independência e projeto estratégico.

O aumento do valor e a ampliação das bolsas de permanência, o incentivo à ocupação do campus com espaços culturais e festas abertos à população de Campinas são outras pautas que as entidades devem assumir. Um campus com vida é um campus seguro. Defendemos um treinamento não patrimonial, mais humano e a altura da diversidade para segurança do Campus. Apostamos também na necessidade do fortalecimento dos espaços estudantis e de uma relação mais próxima entre DCE e centros acadêmicos. Os debates e formações políticas contra as opressões e a luta pela inclusão de pessoas trans nos programas de pós-graduação do IFCH devem fazer parte dos compromissos das chapas e de todo o movimento estudantil. 

Nós, do Coletivo Juntos!, acreditamos que a juventude pode ser a fagulha para a derrota da extrema-direita no poder. Por isso, apostamos que a disputa das entidades estudantis pelos setores mais combativos do último período em unidade é central se quisermos construir fortes mobilizações e seguir na luta por uma universidade pública, gratuita, de qualidade e para o povo. Recentemente, integramos a chapa que saiu vitoriosa da disputa do DCE da Unicamp: “É tudo para ontem!”. Uma chapa formada em unidade com o Coletivo de Acadêmicos Indigenas, Vamos à Luta, Afronte e independentes de diferentes cursos e movimentos – como coletivos negros e transmoras. É momento de radicalizar nas ideias e nas ações! 

Contudo, apesar da vitória na unidade que representou as eleições para a chapa do DCE, ainda possuímos algumas diferenças de concepção na condução do CACH no IFCH com o setor majoritário que hoje constrói a chapa “É hora de esperançar”, com o qual dividimos a última gestão do ano de 2019/2020. Em nossa avaliação, no período em que dividimos as gestões do CACH (2019-2020), se estimulava um método político que privilegiava por vezes as disputas entre os setores políticos em detrimento da busca pelas convergências para que a gestão avançasse. Por isso, optamos esse ano pela construção da entidade e do movimento no IFCH a partir de seus espaços abertos e gerais. 

O movimento estudantil que defendemos não será possível sem o diálogo e a mobilização em unidade constante dos estudantes na defesa de nossa Universidade contra os ataques estaduais e do governo federal à educação pública. Acreditamos que atualmente a chapa “É hora de Esperançar” é a mais bem preparada para estar a frente do CACH para a próxima gestão, pois combinam o entendimento da necessidade da retirada imediata de Bolsonaro do poder a partir da mobilização nas ruas lutando pelo impeachment com a construção de uma entidade aberta e democrática a todos os estudantes do IFCH. Do ponto de vista das propostas, possuímos acordo com as encabeçadas pela chapa e nos dispomos a fazer parte do fortalecimento da entidade e da construção em unidade dos processos de luta dentro e fora da Unicamp. Por isso chamamos o voto crítico nessa e convidamos todas, todos e todes os estudantes a conhecer a chapa!  


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