Depois de mais de 3 anos sem eleições para o DCE Fernando Santa Cruz, o estudante da UFF finalmente vai poder refletir e debater qual projeto de movimento estudantil quer à frente de uma das entidades mais importantes do país. Nós do Juntos! UFF queremos convocar todos os estudantes que sentiram não apenas a ausência do DCE nesses últimos anos, mas acreditam que precisamos de uma entidade estudantil ativa, coletiva, democrática em defesa da permanência estudantil, da educação pública e pelo Fora Bolsonaro, a se organizarem conosco para construir um novo DCE.

Desde o início do governo Bolsonaro, a UFF foi uma das universidades mais diretamente atacadas pelo governo, sendo uma das primeiras a ter o seu orçamento bloqueado e sendo chamada de “balbúrdia”. Não é nenhuma novidade o desmonte da educação. As federais sofrem cortes sistemáticos desde 2012, ainda no governo Dilma, mas ficou evidente no anúncio dos cortes em 2019, que para Bolsonaro não se trata apenas de um “ajuste de contas”. As universidades foram atacadas por Bolsonaro pelo seu caráter crítico às suas ideias fascistas e pelo seu processo de popularização, que com o advento das cotas que completaram 10 anos em 2022, transformando as universidades em espaços mais populares e enegrecidos.

Por isso, inclusive nós do Juntos! estamos nesse momento construindo uma campanha de #ViraVoto para eleger Lula no segundo turno, porque acreditamos que enquanto Bolsonaro estiver no poder, as universidades seguirão sendo atacadas, com orçamento na corda-bamba e com a permanência dos estudantes em risco pela falta de assistência estudantil a todos que precisam.

Se já em 2019 sentimos as insuficiências da gestão Todos os Cantos, a chegada da pandemia aprofundou ainda mais a ausência do DCE em um dos momentos mais importantes para os estudantes. Tivemos que pressionar para que tivéssemos debates coletivos a respeito das nossas demandas com a chegada do ensino remoto, que mesmo não sendo um formato inclusivo de ensino, foi necessário para que déssemos continuidade aos estudos enquanto a universidade corretamente paralisou suas atividades presenciais. Disputamos junto aos Centros Acadêmicos e Coletivos da oposição, que ampliássemos a permanência estudantil nesse período que os estudantes mais precisaram, enquanto o DCE tinha uma postura de defender as propostas iniciais da reitoria.

A UFF por outro lado não parou. O Hospital Antônio Pedro, o trabalho de pesquisa e produção de EPIs foram fundamentais para o período de combate à pandemia. E sentimos mais uma vez o projeto de precarização que a EBSERH representa para os trabalhadores, estudantes e a população em geral.

No volta às aulas presenciais, o que alertamos em muitos Conselhos Universitários foi o que mais vimos acontecer no primeiro período de 2022: com o absurdo do atraso das bolsas, a falta de moradia e bandejão (na maioria dos pólos do interior), muitos estudantes abandonaram a universidade ou tiveram que passar a escolher quais dias da semana ir para a faculdade pois o dinheiro se tornou insuficiente frente à crise que atravessamos da alta do custo de vida. Enquanto a reitoria fazia propaganda da UFF ser uma universidade exemplar na assistência estudantil, milhares de estudantes da UFF ficaram sem receber bolsas até o último mês do período, ou nem mesmo foram contemplados. 

O Juntos! UFF buscou nessa retomada, reorganizar o movimento estudantil. Participamos da reconstrução de Centros e Diretórios Acadêmicos, organizamos o maior Tour da UFF no retorno presencial em Niterói, e fizemos debates políticos fundamentais sobre ecossocialismo, racismo ambiental e Lei de Cotas nas Calouradas. Estivemos construindo mobilizações pelo passe livre, pela ampliação da assistência estudantil na UFF, contra os cortes na educação e pelo Fora de Bolsonaro!

Através das campanhas “Quem precisa não pode esperar, por bolsas na UFF já!” e “UFF pague nossas bolsas” auxiliamos e organizamos a luta dos estudantes em defesa da permanência estudantil, que ficaram à mercê da reitoria e dos editais da PROAES. Nessa luta, não contamos com a última gestão do DCE da UFF, que teve sua atuação limitada a serem os principais cabos eleitorais da reitoria. Mais recentemente, essa relação de subserviência ficou ainda mais evidente quando o DCE tomou para si o discurso da página oficial do bandejão de responsabilizar individualmente os estudantes pelo caos na fila do bandejão, enquanto os movimentos da oposição fizeram um ato para apresentar nossas demandas reais, até agora não resolvidas.

Temos desafios gigantescos pela frente. A UFF é uma universidade de valor gigantesco para as cidades na qual está inserida. Nossa responsabilidade em defender a universidade pública segue sendo uma necessidade e a derrota do bolsonarismo negacionista também, independente do resultado eleitoral de 30 de outubro. Por isso, te convidamos a construir um NOVO DCE da UFF, calcado na mobilização coletiva, na independência política de governos e reitorias e que responda às necessidades cotidianas dos estudantes, sem titubear na luta pelas bolsas, pelo bandejão, por moradia e passe livre. Contra qualquer tipo de privatização da universidade.

Podemos e precisamos de um DCE muito mais democrático e participativo. Nossa universidade é vanguarda das lutas há muito tempo, e vimos nesse período pouco ou nenhum espaço de debate e organização das pautas dos estudantes, frente a tantos problemas acontecendo. Pelo contrário, a experiência que o movimento estudantil teve mais recentemente com este DCE, foi de desrespeito e autoritarismo, quando em um Conselho de CAs, a gestão do DCE decide encerrar a chamada na cara de todos os Centros Acadêmicos depois de terem sido pegos mentindo o resultado da votação que perderam a respeito da sua prestação de contas.

Nessas eleições podemos finalmente nos livrar dessas velhas práticas que têm atrasado o movimento estudantil da UFF. Venha debater e construir com o Juntos UFF o nosso programa para a Universidade Federal Fluminense. Vamos virar esse jogo! Arrancar Bolsonaro da Presidência e conquistar um novo DCE!

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