Todo apoio à greve dos docentes da UEMA e UEMASUL

Todo apoio à greve dos docentes da UEMA e UEMASUL

Na defesa dos direitos dos educadores, defenderemos sempre a educação pública, gratuita e de qualidade!

Daniela Dias e Guilherme Eliziario 4 set 2023, 18:34

No dia 24 do mês de agosto, os docentes da Universidade Estadual do Maranhão(UEMA) e da Universidade da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL) deflagraram greve por tempo indeterminado, e têm toda a solidariedade e o apoio do Movimento Juntos! Na defesa dos direitos dos educadores, defenderemos sempre a educação pública, gratuita e de qualidade! 

O principal motivo da deflagração da greve dos professores do SindUema (SS do ANDES) é a perda salarial dos últimos anos que persiste até hoje, o montante calculado pelos índices oficiais do Governo Federal chega a 50,28% tendo em conta o período de julho do ano de 2012 até o fevereiro de 2023, uma redução da metade em dez anos, mesmo tendo tentado diálogo com o Governo do estado os docentes não tiveram retorno. O que não surpreende pois o governador é Carlos Brandão do PSB, que já passou pelo PSDB e pelo PRB (hoje Republicanos) que já retirou apenas esse ano cerca de 168 milhões do orçamento das universidades estaduais. Os manifestantes cobram do governo do Maranhão, a realização de concurso público para recomposição do quadro de professores efetivos e a nomeação de professores já concursados. 

Nos solidarizamos e estamos construindo junto aos professores os momentos de debate para conscientização dos discentes e da comunidade acerca da greve, 

Greve atual, problemas antigos

A falta do reajuste dos salários não são o mais novo dos problemas das UEs do Maranhão, mas durante o governo Brandão diversos problemas tem se agravado, como é o caso do período de 6 meses (agosto de 2022 e janeiro de 2023) em que os professores do Programa Ensinar, ficaram sem receber seus salários mesmo com um recebimento de 18 milhões de reais do orçamento público estadual em 2022. O Ensinar é um programa da UEMA que leva formação de licenciatura a cidades que não possuem polos da Universidade ( na UEMASUL temos o Caminhos do Sertão), o atraso mostra o descaso que o governo tem para com a educação principalmente quando esta chega a lugares que os programas normais de ensino não chegam. 

Em agosto do ano passado (2022) os estudantes do curso de medicina da UEMASUL de Imperatriz ocuparam um prédio da universidade para chamar atenção para as más condições do curso devido ao seu escasso quadro de professores, e ainda tiveram de retorno uma nota da gestão superior da UEMASUL desacreditando a pauta dos estudantes. O curso de medicina teve início no ano de 2020 ainda sob a gestão de Flávio Dino, hoje Ministro da Justiça, a implementação do curso foi feita enquanto outros setores da universidade sofriam com a precariedade de instalações, entre diversos outros problemas. A implementação do curso de medicina veio próxima ao período em que Dino iria se afastar do cargo de Governador para concorrer a uma vaga no Senado Federal, e assim o fez deixando Carlos Brandão, que antes era seu vice, no cargo de Governador. Seria a implementação de Medicina na UEMASUL  mesmo em meio a tantos problemas uma ação que seria usada como marketing eleitoral? Nos fica a reflexão. 

Vale citar também, que, um dos prédios que hoje estão as instalações da universidade, antes pertencia a uma universidade privada, e foi adquirido pelo governo com o objetivo de expandir a UEMASUL mesmo outros centros precisando de reformas urgentes. Em São Luís na UEMA,  também já foi anunciada a implementação do curso de Medicina, mesmo enquanto existem diversos problemas tanto em relação aos salários de professores, falta destes e até  infraestrutura precária dos campus.

Todas essas situações, desde a ocupação dos alunos de Medicina, às manifestações pelo atraso de meses dos auxilio dos estudantes, e mais recentemente a greve dos professores do SindUEMA demonstram o quanto o governo do Maranhão tem se negado a dar o devido valor para suas universidades estaduais, mesmo com um vice-governador que foi e é Secretário de Educação no Estado, a falta de diálogo com os professores demonstra que o atual governo não se importa com a educação superior gratuita e de qualidade, enquanto o vice governador Felipe Camarão se senta ao lado dos tubarões da educação como o Todos Pela Educação  em evento,  e Carlos Brandão esquece que ele mesmo foi estudante da Universidade Estadual do Maranhão, os  professores sofrem com a falta de reajuste e atrasos de pagamento,  sobrecarga e falta de infraestrutura para exercer seu papel de educadores. 

Toda solidariedade aos docentes da UEMA e UEMASUL!


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