Palestinos reconciliados
Hamas e Fatah

Palestinos reconciliados

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS Pouco após oficializar acordo de reconciliação com o ex-rival Fatah, o chefe político do Hamas, Khaled Meshaal, afirmou nesta quarta-feira no Cairo, no Egito, que o movimento palestino está “disposto a pagar qualquer preço pela reconciliação” dos palestinos e que sua “única luta é com Israel”. “Queremos um Estado palestino independente […]

4 maio 2011, 19:14

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Pouco após oficializar acordo de reconciliação com o ex-rival Fatah, o chefe político do Hamas, Khaled Meshaal, afirmou nesta quarta-feira no Cairo, no Egito, que o movimento palestino está “disposto a pagar qualquer preço pela reconciliação” dos palestinos e que sua “única luta é com Israel”.

“Queremos um Estado palestino independente e com soberania na Cisjordânia e na faixa de Gaza”, ressaltou durante a cerimônia de assinatura do acordo de reconciliação palestina, que coloca fim a quatro anos de divisão entre o movimento nacionalista Fatah e o islamita Hamas.

Mais cedo, Abbas celebrou a assinatura do acordo e disse que “os palestinos vão virar para sempre a página preta da divisão”.

Abbas, dirigente do Fatah, ressaltou ainda que o Hamas é parte do povo e da arena política palestina e rejeitou “a intervenção nos assuntos internos palestinos”.

Neste sentido, Meshaal assinalou que seu grupo está “disposto a pagar qualquer preço pela reconciliação” e o que deseja é “um Estado palestino independente e com soberania na Cisjordânia e na faixa de Gaza”.

Abbas criticou ainda Israel e disse que ele “está usando como pretexto a reconciliação para fugir da paz”. Abbas pediu ainda ao governo do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, a “escolher entre a paz e os assentamentos”.

O acordo entre as facções palestinas foi anunciado de maneira surpreendente na quarta-feira passada (27), depois que as demandas para formar um novo governo foram aceitas tanto pelo Fatah, quanto pelo Hamas.

O Hamas venceu a última eleição legislativa dos palestinos, em 2006. Um governo de coalizão foi formado com o Fatah, mas não durou muito e culminou em uma breve guerra civil em Gaza no ano de 2007.

Israel criticou o acordo, afirmando que Abbas não poderá ser visto como um parceiro da paz se oficializar laços com o Hamas, um grupo islamita que defende a destruição de Israel.

Restaurar a união palestina é visto como crucial para reviver qualquer prospecto de um Estado palestino baseado em coexistência pacífica com Israel. As negociações de paz com Israel, atualmente congeladas diante do avanço dos assentamentos judaicos em solo palestino, são realizadas pelas pelo Fatah e ANP. O Hamas condena qualquer diálogo.

Nas últimas semanas, fontes do governo de Israel disseram que Netanyahu tem intenções de lançar uma nova iniciativa diplomática para impulsionar as negociações de paz com os palestinos, rompidas desde setembro passado.

Desde que Israel rejeitou a extensão de uma moratória sobre a construção em assentamentos judaicos em território palestino, as lideranças palestinas apostam em uma campanha para obter reconhecimento internacional e da ONU (Organização das Nações Unidas) a um Estado dentro das fronteiras antes da guerra de 1967.

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