Desenvolvimento? Para quem?

Editorial Nem bem começou e o governo Dilma já prova que a velha política corrupta, vendida e desigual vai imperar no Brasil nos próximos anos. Com a desculpa de uma política “desenvolvimentista”, o governo transforma o país em um canteiro de obras. Por quê? O “desenvolvimentismo” do PAC e de outros programas de Dilma não passa de […]

14 jun 2011, 02:15

Editorial

Nem bem começou e o governo Dilma já prova que a velha política corrupta, vendida e desigual vai imperar no Brasil nos próximos anos. Com a desculpa de uma política “desenvolvimentista”, o governo transforma o país em um canteiro de obras. Por quê? O “desenvolvimentismo” do PAC e de outros programas de Dilma não passa de uma lógica de consórcios em que as grandes empresas conduzem diretamente a política nacional, sem dar bola para os impactos sociais e ambientais.

O meio ambiente brasileiro é a bola da vez. O grande empenho do governo para aprovar as mudanças no Código Florestal e as usinas de Belo Monte e do Rio Madeira tem a ver com a sede insaciável de lucro dos ruralistas, empreiteiros e empresários que bancam milhões em campanhas eleitorais para montar suas próprias bancadas no Congresso. No caso do Código Florestal, o responsável por fazer o “jogo sujo” dos ruralistas foi Aldo Rebelo, do PCdoB. Ex-presidente da UNE, ele representa hoje uma traição para toda a história combativa dos comunistas. Aldo é mais um exemplo do que impera nos partidos do atual governo, repletos de burocratas que só pensam em seus mandatos e vendem seus ideais ao agronegócio e às empresas que financiam suas campanhas.

É uma trágica ironia que o governo do Partido dos Trabalhadores seja controlado pelas grandes empresas e que o Partido Comunista do Brasil seja o responsável pelos principais projetos capitalistas, antiambientais e contra o povo brasileiro. Mais triste ainda é que uma parte expressiva das lideranças do movimento estudantil hoje também vive essa “burocratização”. Em troca de cargos, prestígio, e financiamento, a maioria da direção da UNE – composta pelo PCdoB e pelo PT – esquece as lutas e os sonhos da juventude e transforma-se em caixa de ressonância da política do governo.

Contudo, nem todos se venderam e se renderam. Na política nacional, há o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), que surgiu lutando justamente contra essa “adaptação”, defendendo os ideais de uma sociedade justa, democrática e igualitária. Foi vanguarda na luta pela lei “Ficha Limpa”, contra as alterações do Código Florestal e a construção da usina de Belo Monte e contra o preconceito.

A atuação dos parlamentares do PSOL tem sido fundamental para o avanço das vitórias do movimento LGBT, como a aprovação da união estável homoafetiva e do Dia de Luta Contra a Homofobia. Outra batalha é a aprovação de uma proposta de Reforma Política realmente democrática, que aumente o poder da população.
Estamos vivendo um novo e interessante momento político no mundo, e o PSOL é parte dele. Partidos independentes e coerentes como o PSOL estão surgindo em vários lugares, da França à Tunísia. A juventude, como não poderia deixar de ser, tem sido parte importante de todos esses processos. No cenário nacional, o caminho contra a velha politicagem que ainda impera passa por construir uma nova cultura política.

E é nessa trilha que depositamos muitas expectativas no primeiro Encontro Nacional do Juntos, em Goiânia. A prática da construção do nosso jornal – coletiva, crítica e mobilizadora – é um excelente norte para a construção de um novo futuro. Estejamos Juntos nessa!

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