Kadaffi usa estupro como “arma de guerra”

Kadaffi usa estupro como “arma de guerra”

As revoluções árabes incluíram as mulheres na vida política de seus países. Elas são parte fundamental da luta. Mas como forma de conter as mobilizações e a participação das mulheres no movimento, os exércitos em apoio aos ditadores usavam da violência sexual. Na Libia, existem denúncias de que o exercito de Kadaffi estava orientado a usar o […]

Giulia Tadini 15 jun 2011, 10:00

As revoluções árabes incluíram as mulheres na vida política de seus países. Elas são parte fundamental da luta. Mas como forma de conter as mobilizações e a participação das mulheres no movimento, os exércitos em apoio aos ditadores usavam da violência sexual. Na Libia, existem denúncias de que o exercito de Kadaffi estava orientado a usar o estupro como “arma de guerra” para coibir a resistência popular.

As denúncias de violência sexual cometidas pelo exército de Kadaffi são mais um elemento que caracteriza o governo deste ditador. O passado de enfrentamentos com o imperialismo ficou longe. Há quase 20 anos que Kadaffi converteu-se em um fiel aliado dos interesses do imperialismo estadunidense e europeu. Sua ditadura proíbe a liberdade para que o povo se organize política e sindicalmente, a repressão às/aos lutadores populares, sindicais e estudantis, cárcere e tortura para quem tenta expressar divergências.

Também no Egito, mulheres foram vitimas do exército, que “verificava a virgindade” das manifestantes em meio a praça Tahir durante os protestos contra Mubarak. Em entrevista concedida à CNN no dia 31/05, um general que teria assumido tais atitudes, disse, em defesa dessa prática: “As meninas presas não são como a minha filha ou a sua. São garotas que acamparam em tendas com homens na Praça Tahrir, onde encontramos coquetéis molotov e drogas. Não queríamos que elas nos acusassem de molestá-las ou estuprá-las, então provamos que elas já não eram virgens. E nenhuma delas era.” Ou seja, na lógica do general, mulheres não virgens não podem ser vitimas de estupro e a própria prática não é considerada como violência sexual.

O Juntas! reafirma todo apoio à resistência do povo Líbio! Fora Kadaffi! Nenhuma intervenção imperialista!

leia mais: Mulheres estupradas na Líbia podem ser mortas por ‘honra’, diz matéria da Folha de São Paulo, 15/06/2011


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