No último sábado, dia 04 de junho, aconteceu a versão paulistana da Slut Walk ou Marcha das vadias, como foi traduzida. Em 24 de Janeiro deste ano um policial canadense deu uma declaração culpabilizando as mulheres que se vestiam como “sluts” pelos estupros que sofriam. Em resposta a tal declaração, diversas Marchas aconteceram ao redor […]
No último sábado, dia 04 de junho, aconteceu a versão paulistana da Slut Walk ou Marcha das vadias, como foi traduzida. Em 24 de Janeiro deste ano um policial canadense deu uma declaração culpabilizando as mulheres que se vestiam como “sluts” pelos estupros que sofriam. Em resposta a tal declaração, diversas Marchas aconteceram ao redor do mundo. Canadá, Estados Unidos, Austrália, Inglaterra, Escócia, México foram alguns desses países.
Em São Paulo, a Marcha teve concentração na Praça d@ Ciclista na Avenida Paulista e reuniu muitas mulheres, homens e crianças. A Marcha, para além de afirmar a autonomia da mulher perante seu corpo, serviu como uma importante forma de denunciarmos a violência que as mulheres sofrem diariamente no Brasil. Foi um ato importantíssimo para que rompêssemos com uma prática recorrente de responsabilizar as mulheres vítimas de violência pelas agressões que sofrem.
A Marcha saiu da Avenida Paulista e desceu a Rua Augusta até chegar em frente ao
Comedians, clube de comédia do humorista Rafinha Bastos. Algumas semanas atrás, a Revista Rolling Stone lançou uma
matéria sobre o humorista descrevendo um trecho da sua apresentação de
stand up comedy em que Rafinha Bastos dizia que só via mulher feia reclamando que havia sido estuprada e que o estuprador deveria receber um abraço e não ir para a cadeia. Entendendo que esse é o tipo de discurso que temos que combater, as mulheres em marcha decidiram que o
Comedians seria o lugar ideal para terminarmos o ato. Todos os cartazes usados no ato foram colados no portão do clube.
O Juntas! acredita que a Marcha das Vadias foi importante porque rompemos com um silêncio da nossa sociedade machista que se cala diante das inúmeras agressões e mortes diárias que nós mulheres sofremos. Mostramos na prática que somos mulheres e que não queremos nos restringir aos espaços privados. Queremos estar nas ruas, fazer política e sermos ouvidas!