Um dia para ser lembrado, mas jamais repetido!
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Um dia para ser lembrado, mas jamais repetido!

Ontem, dia 7, as bancadas fundamentalistas religiosas mostraram a que vieram: o pastor Marco Feliciano (PSC) tornou-se o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, Jair Bolsonaro ofendeu militantes do movimento negro e, no Senado, Blairo Maggi, maior plantador de soja do Brasil assumiu a Comissão de Meio Ambiente.

Lucas Maróstica 8 mar 2013, 17:57

*Lucas Maróstica

Ontem, dia 7, véspera do Dia Internacional da Mulher, as bancadas fundamentalistas religiosas mostraram a que vieram. Uma sucessão de notícias chocantes e revoltantes em menos de 24 horas. Vamos às terríveis manchetes: o pastor racista e homofóbico, do Partido Social Cristão, Marco Feliciano tornou-se o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. Jair Bolsonaro, outro crápula homofóbico, defensor da ditadura militar, ofendeu militantes do movimento negro: “voltem para o zoológico”. No Senado, Blairo Maggi, maior plantador de soja do Brasil e ganhador do prêmio Green Peace “Motosserra de Ouro” por ser exímio desmatador, assume a Comissão de Meio Ambiente.

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Marco Feliciano é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos

Não seriam manchetes tão surpreendentes se viessem do final da década de 90, Fernando Henrique presidente e os tucanos no poder. Mas elas vieram na era petista, no governo Dilma. Acordos partidários, às vezes nos corredores, às vezes protegidos pelo voto secreto, sempre gerenciados pelo PT, elegeram não só o Pastor Racista e Homofóbico e o latifundiário, elegeram Renan Calheiros, um dos maiores ladrões do Brasil que é acusado de desviar dinheiro público, para presidir o Senado.

As articulações que levaram Feliciano à CDHM não são novidade. As bancadas fundamentalistas religiosas são “um monstro” alimentadas desde o início do governo Lula. Ao longo dos últimos dez anos, cresceram perigosamente e o pior: ganharam muita influência, poder político e pautas estratégicas para o seu crescimento. Da homofobia, do racismo e do machismo é que estas bancadas extraem o principal instrumento de agitação sobre os explorados e oprimidos, jogando uma parcela da população contra a outra. Por isso as comissões de direitos humanos e educação costumam ser vistas por elas como eixos estratégicos. O que é uma derrota para todas as lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, negras, negros, mulheres e lutadores é uma grande vitória para os que utilizam a política como ferramenta de enriquecimento pessoal e manutenção da velha ordem.

As respostas a essas barbáries vieram ao longo do dia. Pelas redes sociais, percebe-se a organização de inúmeras manifestações sendo marcadas para os próximos dias pelos quatro cantos do Brasil (uma delas está sendo organizada pelo Juntos, em Porto Alegre). O PSOL, liderado por Jean Wyllys, passou a colher assinaturas para a constituição de uma Frente Parlamentar em Defesa da Dignidade Humana e Contra a Violação de Direitos.

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Há de ser perceber a gravidade de todos esses fatos.  Não podemos nos adaptar a essa forma carcomida de poder político, de negociata com nossos direitos e outras pautas tão sérias. Precisamos defender a criminalização da homofobia com princípio e não por “democracia”. Mais do que nunca, precisamos juntar as nossas forças, ocupar as ruas e a política, combater qualquer tipo de opressão. Vamos construir Juntos! um outro futuro.

*Lucas Maróstica estuda Ciências Sociais na UFRGS, Jornalismo na PUCRS e é militante do Juntos Pelo Direito de Amar e do PSOL


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