Reinaldo Azevedo, uma página que o Brasil está virando
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Reinaldo Azevedo, uma página que o Brasil está virando

A infâmia marca a conduta de Reinaldo Azevedo. O blogueiro da Veja e editorialista da extrema-direita beira o patético, sem nunca vacilar na decisão de dar sempre um passo adiante na criminalização escrachada dos movimentos sociais.

Rodolfo Mohr 12 jun 2013, 11:07

A infâmia marca a conduta de Reinaldo Azevedo. O blogueiro da Veja e editorialista da extrema-direita beira o patético, sem nunca vacilar na decisão de dar sempre um passo adiante na criminalização escrachada dos movimentos sociais.

Azevedo ainda goza de alguma audiência. São os saudosos da caserna, que chegam ao absurdo de pintar um governo do PT revolucionário, para justificar sua conduta fascista como a defesa da “democracia”. Segue religiosamente a cartilha dos golpistas de 1964. Esses não podem admitir que o ex-operário e a ex-guerrilheira sejam os representantes políticos dos seus financiadores e amigos mais íntimos: grandes industriais, agronegócio, capital financeiro.

Para gente como Azevedo os militantes de esquerda são uma espécie que deve ser exterminada. A caricatura é tamanha, que suas referências sobre a esquerda são como um narciso ao espelho d’água do rio: nos define como “fascistóides” apoiados por jornalistas “militontos”.

Ao olhar a imprensa de massas no Brasil me pergunto: onde estão esses jornalistas “militontos”? No Jornal da Globo vejo apenas o que Azevedo gostaria de ser, o portavoz público dos que vibram com o sangue dos militantes escorrendo pelas avenidas do Brasil.

Na edição de hoje, a ordem das matérias foi criminosa. Após a reportagem sobre o protesto contra aumento da passagem em São Paulo, centrada exclusivamente na repressão e na violência policial, seguiram com uma reportagem de gangues que atacam ônibus em Belo Horizonte. Fizeram duas matérias para reforçar o conceito casado de VANDALISMO e ÔNIBUS. Não importa se no primeiro caso foi um ataque covarde da Tropa de Choque da PM paulista aos manifestantes e o segundo um ataque de gangues.

Azevedo exercita seu esporte favorito, desqualificação barata, com adjetivos baixos e estigmatizantes. Dispara como uma metralhadora ambulante na mão de um maníaco em dia de fúria.

Na ânsia de nos atacar, defende o projeto dos “revolucionários do PT”. O verborrágico jornalista da Veja está hoje defendendo o modelo de transporte público de Dilma, Haddad, Paes, Paulo Garcia, Fortunati. Os mesmos interesses empresariais uniu essa fauna até outrora adversária. Prefeitos do PT/PMDB/PDT/etc, Polícias Militares, Pelajo/Waack/Azevedo: há toda uma santa aliança contra os jovens de esquerda que abdicam da “segurança dos lares” pelo “perigo das ruas”.

O inflamado Azevedo deve ter vibrado com as obscenidades postadas pelo promotor Rogério Zagallo. O promotor é alvo de ação interna do MP-SP. O mínimo que uma República que se preza deve fazer é exonerar Zagallo da função por incitação à violência ao clamar pelo assassinato dos manifestantes.

Em cada passeata que fazemos, com cada vez mais pessoas, a cada dia que sobrevivemos ao gás lacrimogêneo e aos ataques covardes da imprensa de massas e a serviço da elite, viramos uma página. Estamos acelerando os tempos no Brasil. A página que vira deixará como poeira cósmica os Azevedos da vida. Esse mesmo que, inacreditavelmente, tenta nos desqualificar afirmando que nosso “kit militante” custa “10 vezes mais” do que gastaríamos em passagens.

Senhor Reinaldo Azevedo, nossas tintas e cartazes são comprados com o dinheiro dos estágios precarizado, das bolsas-trabalho das Universidades, com a contribuição de muitos colegas que apoiam nossa causa. Em nossas faixas nunca estará a tinta da submissão e da subserviência aos patrões, o que justamente encontramos a cada vez que você escreve.

* Rodolfo Mohr é militante do Juntos!


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