Em defesa do transporte que queremos: lotar as ruas é o caminho
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Em defesa do transporte que queremos: lotar as ruas é o caminho

O caminho trilhado pelos rodoviários de Porto de Porto Alegre, os garis do Rio de Janeiro, de busca incansável pela ampliação do movimento, alicerçada na unidade entre a juventude e os trabalhadores. Esse caminho nos garantirá a vitória.

Juntos Porto Alegre 10 mar 2014, 23:25

Há mais de um ano o debate sobre o transporte público de Porto Alegre vem ganhando força. A indignação com os altos preços, a péssima qualidade, a superexploração dos rodoviários, fruto da farra das empresas transporte aliadas à Prefeitura, levaram milhares de pessoas às ruas. Neste cenário conquistamos a revogação do aumento da passagem e a redução da tarifa. A nossa luta em conjunto com os rodoviários incendiou o Brasil inteiro, culminado nas jornadas de Junho.

O Ministério Público determinou que fosse realizada licitação imediata, que nunca existiu em Porto Alegre. A máfia do transporte e o Fortunati estão fazendo uma licitação de cartas marcadas, a toque de caixa e sem consulta popular, onde os beneficiados serão novamente as empresas e não a população. No dia 27, o movimento conquistou o adiamento da audiência a portas fechadas e a garantia de uma nova aberta para a população.

O movimento Juntos! se empenhou para convocar a juventude indignada para ir a audiência, mesmo sabendo que uma licitação nem de longe resolveria o caos do transporte. Nosso objetivo era aproveitar o espaço para denunciar essa licitação que continua tratando o transporte como um negócio e ganhar os trabalhadores presentes para a luta diária por um novo modelo.

Por isso acreditamos que a ação do Bloco de Lutas, frente de ação de vários movimentos sociais da qual somos parte desde seu início, na noite desta terça-feira (10), de inviabilizar a audiência pública, foi errada. Porque acabou com a possibilidade de participação das pessoas que estavam lá para debater o modelo de transporte público. Quem se beneficia com a inexistência do debate acerca do transporte é a prefeitura e os empresários, que aproveitaram o ocorrido e já anunciaram o fim da discussão.

Repudiamos veementemente a ação violenta da guarda municipal e da polícia, aparelhos armados do Estado, a mando da prefeitura e do governo estadual, que sistematicamente reprimem os movimentos sociais e criminalizam os inúmeros lutadores que não aceitam a política como está.

Seguiremos nas ruas exigindo a participação popular nas decisões que afetem suas vidas e mobilizando para que a passagem não aumente. Somente com o povo lutando organizado abriremos caminho para a conquista de um transporte a serviço da população, com qualidade e valorização dos trabalhadores. Isso será possível quando o transporte não for tratado como mercadoria, isto é, for controlado pelo Estado e o Estado sendo controlado pelo povo.

Temos duas possibilidades. O caminho das ações que nos isolam da maioria do povo, e que, consequentemente, nos levam a derrotas. Não será em um pequeno grupo que faremos as grandes transformações tão necessárias. O outro é o caminho trilhado pelos rodoviários de Porto de Porto Alegre, os garis do Rio de Janeiro, de busca incansável pela ampliação do movimento, alicerçada na unidade entre a juventude e os trabalhadores. Esse nos garantirá a vitória. Nós seguiremos no segundo caminho!

Juntos! Porto Alegre


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