Servidor e estudante, nossa luta é uma só!
E a educação?

Servidor e estudante, nossa luta é uma só!

Há dois anos, estudantes, funcionários e docentes de quase todas as universidades federais paralisaram suas atividades na maior greve da educação que o país já viu. Mas o Governo Federal se fez de surdo. É hora de falarmos juntos, e mais alto!

Ariane Machado 7 abr 2014, 19:01

*Ariane Machado

“Depois de 20 anos trabalhando nessa universidade, hoje eu me vejo na fila da matrícula. Mas, de que adianta, se os estudantes não perceberem que a nossa luta é uma só.”

Essa declaração, de um funcionário técnico-administrativo da Universidade Federal de São Carlos, desmonta de uma vez o projeto de Ensino Superior proposto pelo Governo Federal. O REUNI, programa de expansão das universidade federais, funciona na política do morde e assopra. Ao mesmo tempo que atende as reivindicações antigas dos movimentos de educação, por ampliação de vagas e cotas, também corta recursos e deixa a permanência estudantil a ver navios.

Há dois anos, estudantes, funcionários e docentes de quase todas as universidades federais paralisaram suas atividades na maior greve da educação que o país já viu. Nas reivindicações estava o mínimo: garantia de acesso e permanência para os estudantes, e condições dignas de trabalho para os servidores e professores. Ou, nas palavras do movimento: uma universidade pública, gratuita e de qualidade. No entanto, apesar da força e das conquistas da greve de 2012, dois anos depois pouca coisa mudou nas universidades. O Governo Federal se faz de surdo e ignora o último acordo de greve assinado.

No último dia 17, os servidores da UFSCar paralisaram suas atividades, juntamente com os trabalhadores de mais de 20 instituições federais. Hoje ela já somam mais de 50, mostrando que a greve de 2012 parece cada dia mais atual. O acordo de greve não foi cumprido e, como não poderia deixar de ser nesse cenário, as condições de trabalho se precarizaram ainda mais. Enquanto percebemos o RU cada dia mais cheio e insustentável, os funcionários da cozinha sofrem com o caos da superlotação. Quando saímos de mais uma aula com professor substituto, aquele que tenta tapar o sol com a peneira, passamos pelas funcionárias terceirizadas da limpeza, que passam o dia sem ter um canto para almoçar e ainda sofrem com o assédio sexual cotidiano.

A luta deles é a nossa luta. E é mais atual do que nunca. Se em 2012 fomos muitos, depois dos levantes no ano passado nossas vozes se multiplicaram. Juntos podemos ir muito mais longe. Garantir nossos direitos conquistados é só o primeiro passo para a construção de uma universidade de qualidade, que nos ensine a pensar e não a obedecer. Vamos todxs fortalecer essa luta!

*Ariane é estudante da UFSCar e militante do Juntos! São Carlos


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