Racismo, tô FORA! #SomosTodxsSôniaRegina
É necessária uma severa investigação destes criminosos que após suas declarações, se acham inalcançáveis pelas instituições e estão crentes de sua impunidade. O racismo não deve ser natural, não é natural um machista e racista fazer declarações tão odiosas, desumanas e horrendas.
*Heitor Moraes e Josiel Madiba
Recentemente todos puderam observar com extrema revolta e indignação o caso de racismo acontecido com o goleiro Aranha do Santos-SP, em que uma torcedora do Grêmio chamou-o de “Macaco”. Do Rio Grande do Sul ao Pará, a intolerância racial esta nitidamente impregnada em uma sociedade com culturas racistas. Esta semana, mais um absurdo caso de racismo aconteceu no Pará, no qual, a estudante da Universidade Federal do Pará (UFPA), do campus de Altamira, Sônia Regina foi ameaçada de morte por um grupo neonazista por conta de sua cor.
Um perfil falso foi criado em uma rede social (Facebook) e com um caráter extremamente neonazista vem atacando a estudante com frases que instigam o genocídio da população negra no município, inclusive, com ameaça de estupro e morte da estudante, dizendo que: “Neguinhas como você a gente estupra e depois queima pra não poluir o solo”. O caso já esta sendo acompanhado pela Secretaria de Segurança Pública –SEGUP-PA, juntamente com a reitoria da UFPA e a Subseção da OAB-PA de Altamira, além do Núcleo de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher do MPE-PA e da Divisão de Crimes Tecnológicos. A universitária já registrou ocorrência na Policia Federal e Cívil.
É necessária uma severa investigação destes criminosos que após suas declarações, se acham inalcançáveis pelas instituições e estão crentes de sua impunidade. O racismo não deve ser natural, não é natural um machista e racista fazer declarações tão odiosas, desumanas e horrendas.
Há tempos estamos juntos nessa luta árdua contra qualquer forma de discriminação, sobretudo a racial, no Brasil. Sabemos que o caminho para construirmos uma sociedade que respeite o diferente é tenso e conflituoso, mas nossa predisposição para a batalha está se fortalecendo a cada dia, todas as vezes que vemos um negro ou uma negra esbanjar sua negritude com orgulho e altivez, seja nas ruas de uma cidade pequena, ou de uma grande metrópole, em uma fábrica ou na cadeira de uma universidade, nossa força se renova e o gás necessário para o enfrentamento só faz crescer.
Vale lembrar que o Brasil ostenta o vergonhoso histórico de último país das Américas a abolir a escravidão de homens e mulheres negros e negras africanos, isso depois de quase 400 anos dessa prática, hoje, depois de 126 anos do fim da escravidão desses homens e mulheres negros e negras, constatamos que a luta por direitos, e isso nos diferentes setores da sociedade brasileira, ainda tem que enfrentar muitos desafios e obstáculos pela frente. Este mesmo país que traz consigo o legado podre de quase quatro séculos de escravidão de seres humanos, apóia-se no “mito da democracia racial” para cercear direitos e enfraquecer o coro e a luta pela criação e implementação de políticas afirmativas voltadas para esta parcela que corresponde hoje, segundo o IBGE, a mais da metade da população do país.
Estamos Juntos com a Sônia contra o racismo, lugar de negros é sim na universidade e onde mais nos quisermos. Não vão cercear nossa liberdade e não nos calarão, estamos todos contra o racismo, machismo e homofobia. #SomosTodxsSôniaRegina #RacismoTôFora
*Heitor Moraes e Josiel Madiba são do Juntos! Negras e Negros – Pará