As eleições na FATEC e a reorganização do movimento estudantil nacional
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As eleições na FATEC e a reorganização do movimento estudantil nacional

Entendemos que a construção de uma nova direção para o movimento estudantil, tão necessária diante das tarefas que se colocam na atual conjuntura, passa pela construção ampla e democrática de sínteses entre os diversos campos da esquerda brasileira.

Camila Souza 2 dez 2014, 17:43

*Por Camila Souza

Na última semana, tive a oportunidade de acompanhar presencialmente o último dia de eleição para o Centro Acadêmico XXIII de Abril da FATEC São Paulo. O Juntos! participou de uma chapa que concorria a reeleição. Nas urnas perdemos, e com isso fizemos o balanço e as autocriticas necessárias para seguir construindo o movimento estudantil nessa faculdade. Aos ativistas independentes que fizeram parte da chapa que venceu as eleições, desejamos muita força e luta no próximo ano de gestão. Mas julgamos importante levantar alguns pontos da eleição que são caros ao movimento estudantil nacional.

Dentre as forças políticas que compunham a chapa de oposição vencedora, estava o Partido Pátria Livre, conhecido como PPL. Este que é um agrupamento reconhecido nacionalmente por suas práticas truculentas, fraudulentas e opressoras. São inúmeros os casos de militantes que abandonam essa corrente diante das sucessivas denúncias de desvios políticos que em nada condizem com o movimento estudantil amplo e democrático que queremos construir. Para quem não lembra, esse corrente política, anteriormente denominada MR-8, construiu por décadas o PMDB, partido símbolo das piores práticas políticas do país, do qual se desligou apenas recentemente.

As ruas tem demonstrado que a juventude que se mobiliza por mais direitos, rechaça métodos que contrariem os princípos da democracia e da transparência. O movimento secundarista de São Paulo sofre há anos com práticas que distoam desses princípios, diante da direção autoritária que esse grupo, MR-8, levou a cabo na entidade UMES.

Diante de tudo isso, o que mais nos espantou é que um setor político parceiro das lutas do movimento estudantil de esquerda, como é a ANEL, e que recorrentemente se vale das críticas corretas aos métodos da direção do campo majoritário da UNE, tenha composto uma chapa com o setor acima citado. Tal aliança expõe uma grande contradição desse setor que se nomeia como única superação possível dos métodos burocratizados da UNE. O que dirão os ativistas honestos da ANEL diante de tamanho absurdo? É necessário que a ANEL rompa a aliança com o PPL.

Entendemos que a construção de uma nova direção para o movimento estudantil nacional, tão necessária diante das tarefas que se colocam na atual conjuntura, passa pela construção ampla e democrática de sínteses entre os diversos campos da esquerda brasileira. Entre os vários pontos positivos na construção do Campo da Oposição de Esquerda da UNE está a capacidade de coletivamente chegar a sínteses que apontem para o fortalecimento das lutas da juventude brasileira. Daí a necessidade de tornar público este debate, pois a unidade dos campos da esquerda é um imperativo para que nas ruas e nas entidades sejamos capazes de construir nossas vitórias.

*Camila Souza é da Diretoria Executiva da UNE pelo campo da Oposição de Esquerda e do Grupo de Trabalho Nacional do Juntos


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