3,50 uma ova! Reocupar as ruas contra o aumento de Haddad e Alckmin!
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3,50 uma ova! Reocupar as ruas contra o aumento de Haddad e Alckmin!

Convidamos a juventude que esteve nas ruas em junho de 2013 para retomar as mobilizações! Na sexta-feira, 9 de janeiro, às 17 horas, em frente ao Teatro Municipal, ocorrerá o primeiro ato contra o aumento das tarifas. Vamos juntos!

Juntos SP 6 jan 2015, 14:21

3,50 uma ova!

Reocupar as ruas contra o aumento de Haddad e Alckmin!

As tarifas de ônibus, metrô e CPTM foram reajustadas hoje em 50 centavos! Haddad e Alckmin, como em 2013, mais uma vez se unem para garantir os lucros dos empresários mafiosos do transporte e de conglomerados econômicos como a CCR, concessionária da linha 4 privatizada do metrô. O aumento para R$ 3,50 é uma provocação dos governos e mostra que é preciso retomar a luta por transporte público de qualidade e como um direito!

Tentando justificar o aumento, a prefeitura tem dito que apenas uma ínfima parcela dos usuários pagaria o aumento, já que novas modalidades de bilhete único teriam o preço congelado. No entanto, como mostrou o professor da USP Pablo Ortellado após analisar dados da própria SPTrans, pelo menos 51,2% dos usuários pagarão as tarifas mais caras a partir de hoje. Deste grupo fazem parte notoriamente trabalhadores informais e precarizados sem acesso a vale-transporte, desempregados, donas de casa, jovens fora da escola ou universidade, etc.

Meses atrás, Haddad havia dito que aguardaria os resultados da auditoria do sistema de transportes, contratada pela própria prefeitura, para definir se haveria aumento. Suas palavras como sempre não valeram grande coisa, afinal segundo noticiou a imprensa, a auditoria revelou entre outras coisas que 1) as empresas de ônibus mantêm irregularmente cerca de 10% da frota fora de circulação para reduzir custos, ampliar a superlotação das linhas e aumentar de modo fraudulento seus lucros; 2) as taxas de lucro das empresas de ônibus são astronômicas, em média de 18%, chegando a superar os 20% em alguns consórcios e até a absurdos 54% num caso extremo; e 3) todas as empresas foram avaliadas como ruins ou péssimas no que se refere à qualidade do serviço.

Tudo isto demonstra que os subsídios públicos pagos pela prefeitura às empresas de ônibus, que chegaram a R$ 1,7 bi em 2014, são destinados à manutenção de lucros gigantescos! A população não pode seguir pagando por eles! Se há recursos bilionários para os empresários, como é possível os governos argumentarem que a tarifa zero no transporte é impossível? Se são os lucros, no fim, o verdadeiro buraco nas contas, por que não aproveitar o fim dos contratos, que em poucos meses exigiria novas licitações, e estatizar o sistema de transporte, colocando-o sob controle e em benefício da população e dos trabalhadores do setor em vez de seguir garantindo ganhos exorbitantes para máfias empresariais que há décadas controlam nosso direito de ir e vir?

Alckmin, por sua vez, reajustou as tarifas de metrô e da CPTM para R$ 3,50 sem apresentar à população qualquer argumento ou dado que justificasse a medida. As passagens da EMTU também sofreram aumento que superam em muito os 50 centavos de metrô e CPTM. Na verdade, os governos municipal e estadual aplicam no transporte a mesma política de ajuste que tem guiado as decisões dos novos governos Brasil afora. Tarifaço nos combustíveis e nos serviços públicos, cortes de direitos dos trabalhadores e congelamento do orçamento de áreas sociais são parte do mesmo receituário que une governos de PT e PSDB em todo o país.

O passe-livre para os estudantes é uma conquista arrancada por junho!

  Em conjunto com o aumento, foi divulgada a concessão de passe-livre para estudantes de instituições públicas de ensino e para estudantes de baixa renda de instituições privadas. Após vários dias de hesitações (sobre, por exemplo, se o passe-livre seria limitado a determinado número de viagens e se estudantes de universidades públicas também teriam acesso ao direito), finalmente a prefeitura divulgou que o passe-livre seria limitado a 48 viagens mensais, após as quais o estudante deveria pagar passagem integral de R$3,50. Na imprensa, continuam informações desencontradas sobre a extensão do direito para universidades públicas. Alckmin, ao mesmo tempo, tampouco sem grandes informações, anunciou que enviará para a ALESP em fevereiro projeto para que o passe-livre também valha para metrô e CPTM.

Apesar da falta de informações e de diálogo com os movimentos organizados, e mesmo com as limitações que o projeto de passe-livre apresenta, consideramos que sua obtenção é uma vitória muito importante, conquistada pela luta de junho de 2013, a partir da qual ficou claro para os governos que é preciso levar a sério as mobilizações da juventude e conceder a parte das reivindicações, mesmo que para seguir aplicando sua receita de ajuste e ataques contra o povo.

Fica a pergunta: se a disposição, como diz Haddad, é a de ampliar o acesso dos jovens à permanência na escola e à vida na cidade, por que condicioná-la ao aumento da passagem? Por que fazê-lo ainda mais num momento em que a arrecadação da cidade crescerá em quase R$ 1 bi com aumento de impostos e quando, ao mesmo tempo, a própria prefeitura afirma que a renegociação da dívida com a União é histórica por ampliar a capacidade de investimentos do município?

Por isso, não aceitamos a cortina de fumaça lançada pelos governos para confundir a juventude e a população na tentativa de impedir manifestações que questionem a fundo o modelo de funcionamento e de financiamento dos transportes em São Paulo. Não nos enganamos: com o aumento, Haddad e Alckmin querem garantir os lucros dos empresários!

Nenhum trabalhador na rua! Nenhum direito a menos!

  Ao mesmo tempo, a derrubada na Câmara Municipal – no mesmo pacote do aumento das tarifas – da obrigatoriedade da presença de cobradores nos ônibus mostra a estratégia das máfias do transporte em conjunto com a prefeitura: reorganizar o sistema, generalizar o uso de cartões, precarizar o trabalho dos motoristas e cortar custos com a demissão em massa de cobradores, uma categoria composta por 15 mil trabalhadores! Não podemos aceitar este ataque que pouco a pouco está sendo gestado pelo empresariado e pelo governo. O governo Alckmin também ataca trabalhadores, lutando na Justiça pela demissão de dezenas de ativistas que foram parte da greve dos metroviários em 2014. A luta é contra o aumento e pela garantia dos empregos de cobradores e metroviários!

Convidamos a juventude que esteve nas ruas em junho de 2013 para retomar as mobilizações! Na sexta-feira, 9 de janeiro, às 17 horas, em frente ao Teatro Municipal, ocorrerá o primeiro ato contra o aumento das tarifas. Vamos juntos!

Nenhum aumento! R$ 3,50 uma ova!

Nenhuma demissão de cobradores!

Reintegração dos metroviários demitidos por Alckmin!

Grupo de Trabalho Estadual do Juntos-SP

6 de janeiro de 2014

 


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