A greve dos servidores do Paraná mostra o caminho para a luta contra a austeridade.
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A greve dos servidores do Paraná mostra o caminho para a luta contra a austeridade.

Cerca de dez mil professores reunidos na cidade de Guarapuava, no interior do Paraná, deflagraram uma greve e saíram em protesto nas ruas da cidade. A categoria, protesta principalmente contra um pacote de austeridade que o governador Beto Richa (PSDB) tenta aprovar.

Gabriel Zanlorenssi 11 fev 2015, 12:01

*Gabriel Zanlorenssi

No último sábado (7), cerca de dez mil professores reunidos na cidade de Guarapuava, no interior do Paraná, deflagraram uma greve e saíram em protesto nas ruas da cidade. A categoria, que tem um forte histórico de mobilização e conquistas salariais, protesta principalmente contra um pacote de austeridade que o governador Beto Richa (PSDB) tenta aprovar.

As medidas, se aprovadas, extinguiriam a progressão nas carreiras, dificultariam os aumentos salariais e o acesso a benefícios, além de afetar a aposentadoria, pois o governador quer utilizar quase R$ 8 bilhões do fundo de Paraná Previdência para cobrir as contas do estado.

A mobilização conta com adesão total nas escolas do Paraná vai se convertendo em uma greve geral do serviço público paranaense com a paralisação dos agentes penitenciários, dos profissionais de saúde, das universidades estaduais, também afetados pelo pacote de austeridade do governo.

Após intensa mobilização e largo apoio da opinião pública, a greve conseguiu sua primeira vitória, a retirada dos pontos que alteravam os salários e benefícios. Porém, Beto Richa ainda quer saquear os fundos de pensão dos trabalhadores.

Ocupação da assembleia legislativa

O pacotaço precisa ser aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná para entrar em vigor. Na tarde desta última terça-feira (10), os deputados foram surpreendidos por uma intensa mobilização dos profissionais de educação e demais servidores em greve do estado.

No momento em que a mesa diretora tentava fazer uma manobra para uma rápida votação do projeto, as galerias e o plenário da ALEP foram ocupados pelos manifestantes. A votação do pacote de maldades foi suspensa, a ocupação da assembleia continua mas o governo ainda não foi derrotado.

A luta vai seguir nos próximos dias em todo Paraná, em um momento que será ainda mais necessária a mobilização de trabalhadores e da população como um todo. Em tempos de austeridade imposta pelos mercados e pelos governos federal e estaduais, os servidores paranaenses mostram o caminho para a luta contra a austeridade!

*Gabriel Zanlorenssi é estudante de Ciências Sociais da USP e do Juntos SP!


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