Estupro é crime! O relato de estupro de Alexandre Frota não pode ficar impune !
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Estupro é crime! O relato de estupro de Alexandre Frota não pode ficar impune !

O estupro, assim como o Rafinha Bastos e o Alexandre Frota, merecem o nosso repúdio. Não passarão!

Maria Luiza Perroni 2 mar 2015, 16:44
*Maria Luiza Perroni
Na última quarta-feira, dia 25, foi ao ar mais um programa de humor do Rafinha Bastos, o Agora é Tarde. O apresentador já foi alvo de inúmeras críticas por ser um humorista que se utiliza irresponsavelmente de diversas ofensas e opressões para fazer suas piadas e brincadeiras.Neste ultimo programa, Marcelo Frota foi o convidado especial. Com muita tranqüilidade e naturalidade, Frota começou a narrar a história do dia em que, segundo suas palavras, “comeu uma mãe de santo”. Inicia-se a partir daí o relato de um estupro.
Rindo de forma escrachada, conta que procurou a mãe de santo para um “descarrego” e ao encontrar-se com ela surgiu um desejo, falando exatamente com estas palavras, de “comê-la”. No meio de sua fala, chama uma menina da platéia para fazer uma demonstração de como a mãe de santo, de costas para ele, se encontrava, expondo-a e a constrangendo na frente de diversas pessoas. Nervosa, a garota tenta voltar para o seu lugar, e ele ordena que ela fique até segunda ordem.
Depois de permitir que a garota retorne a sentar, ele prossegue a história dizendo que ao comunicar a mãe de santo sobre o seu desejo, e ela não lhe dando nenhuma resposta, ele inicia o estupro. Relata ainda, que apertou com tanta força o pescoço da mulher que ela veio a desmaiar durante a violação de seu corpo. A conversa é permeada com gargalhadas e, ao final, a história é aplaudida com entusiasmo pela platéia.
Frota, assim como Rafinha Bastos, que ouve com muita satisfação o caso, demonstra mais uma vez o quanto a misoginia e o racismo, uma vez que a mãe de santo e a uma religião de matriz africana foram completamente ridicularizadas, encontram-se presentes e arraigados na nossa sociedade.
Essa misoginia, que mata mulheres todos os dias – há 250 mil casos de estupro por ano no Brasil – e viola seus corpos, transformada em piada e motivo de sátira, gera nojo e revolta. É inacreditável que depois de tanto tempo que o movimento de mulheres, problematiza a cultura do estupro e seus efeitos devastadores na vida das mulheres, ainda existam figuras públicas que se utilizam de programas como esse para rir e ironizar a dor de uma violação sexual, sem entender a irresponsabilidade que isso significa.
Estupro é crime, e Alexandre Frota deve ser punido por isso legalmente!  O estupro é uma das maiores crueldades existentes, deixando marcas tão profundas na vítima que nada pode reparar, e isso não deve ser visto como motivo de piada e aplausos em momento algum, muito pelo contrário. O estupro, assim como o Rafinha Bastos e o Alexandre Frota, merecem o nosso repúdio. Não passarão!
*Maria Luiza Perroni é estudante de Geografia da USP e militante do Juntas! e do Juntos! Negras e Negros

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