Convoque sua luta! Como foi o Acampamento do Juntos SP?
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Convoque sua luta! Como foi o Acampamento do Juntos SP?

Será o momento do fortalecimento das organizações de luta, de organizar as indignações que existem pelos mais diversos motivos: seja a indignação pelos cortes dos governos e pelos ajustes, seja a lgbtfobia dos parlamentares, seja o racismo institucional, seja o machismo enraizado nas instituições e nas pessoas.

Juntos SP 1 abr 2015, 10:32

*Por Grupo de Trabalho Estadual do Juntos

Acampamento do Juntos SP leva mais de 400 jovens a organizar sua indignação.

O Acampamento do Juntos SP de 2015, realizado na zona oeste do estado na cidade de Itapevi,  marcou a história do Juntos, demonstrando a verdadeira cara de um movimento popular, fazendo com que todos pudessem convocar a sua luta e expressar a sua indignação. A mesa de abertura com Luciana Genro demonstrou com clareza a crise que está acontecendo no país, o que realmente está por trás dessa guerra midiática protagonizada pelas organizações Globo, a falsa guerra da direita tradicional e do PT. Foi discutido que não podemos cair nos argumentos do governismo sobre a ascensão conservadora e de que o governo federal hoje é o polo mais avançado da luta, nem reforçar o fora Dilma, pois se o governo atual não nos representa, muito menos os seus opositores reacionários!  Queremos mais direitos, e que nossas vidas não fiquem à mercê de corruptos machistas e lgbtfóbicos, como Eduardo Cunha e Bolsonaro. Não podemos tolerar de nenhuma maneira os cortes no orçamento da educação, muito menos o reajuste econômico do ministro da Fazenda Joaquim Levy.

A crescente indignação de juventude é também contra o governo tucano do estado de SP, que sistematicamente retira direitos da juventude e da classe trabalhadora, e que se esconde atrás de uma falsa imagem de grandes administradores, mas que agora a máscara cai com as denúncias do “trensalão”  – de corrupção e cartel nos trens e metrôs – e com a crise da água no estado todo, revelando a incompetência administrativa do governo do PSDB do Alckmin. Além da crise da educação, com a greve dos professores da rede estadual só crescendo, em defesa da educação pública.

Todo este cenário indica que será um período muito fértil para as grandes mobilizações de juventude e de trabalhadores, a exemplo da greve dos professores e diversas categorias do estado do Paraná contra o governo de ajustes do PSDB. Será o momento do fortalecimento das organizações de luta, de organizar as indignações que existem pelos mais diversos motivos: seja a indignação pelos cortes dos governos e pelos ajustes, seja a lgbtfobia dos parlamentares, seja o racismo institucional, seja o machismo enraizado nas instituições e nas pessoas. Motivos não faltarão e oportunidades históricas, postas como desafios, também não faltarão. A saída é pela esquerda, tendo em vista que a juventude tem que se organizar para combater todo e qualquer tipo de opressão.

O Acampamento do Juntos SP, realizado no último final de semana em Itapevi, periferia da região metropolitana de São Paulo, conseguiu expressar de forma autêntica boa parte dessa indignação coletiva que existe e que está no ar desde junho de 2013, mas que ainda não está organizada. E nesse sentido, cabe ao Juntos, a sua militância e seus parceiros no movimento, aos diversos coletivos políticos e movimentos sociais, compreender com toda sensibilidade o momento histórico que estamos passando; e também compreender o desafio que vem junto a esse momento: o de não permitir que a direita tradicional canalize essa indignação e nem que a “esquerda” desbotada governista fortaleça o discurso de que é preciso blindar cegamente o governo contra um golpe da direita que fará com que percamos mais direitos ainda. A partir do acampamento, com toda a diversidade de lutas e vivências que foram demonstradas lá, conseguimos, de forma profunda e marcante, expressar claramente a necessidade de fazer avançar um terceiro campo, um campo das lutas reais, que não sirva nem para defesa do governo federal nem aos que pedem o impeachment e a volta da ditadura militar. Durante o Acampamento do Juntos ensaiamos apontar os rumos para a construção desse terceiro campo, à esquerda. Porque o governo do ajuste é o mesmo que fecha com o Eduardo Cunha lgbtfóbico. O governo do estado, que nega a greve dos professores, é o mesmo que mata jovem negro todo dia. Por isso é importante interseccionar as lutas, como conseguimos fazer no acampamento mais diverso da juventude de esquerda, aprofundando a luta LGBT, feminista, da negritude, da crise hídrica, do midialivrismo, do antiproibicionismo e da luta internacional. Tudo isso também passando pela arte, como um instrumento fundamental de comunicação, de organização e de expressão, durante o Sarau do Juntos as pessoas puderam convocar sua arte para expressar a sua luta!

O domingo foi um dia para canalizar e organizar nossa intervenção. Tivemos uma grande oficina da agitação, com produção de materiais e palavras de ordem, e finalizamos a manhã com a discussão sobre a luta da Educação, e a tarefa dos estudantes, junto aos professores, do ensino básico à universidade, construírem um Junho da Educação em 2015. Este junho da educação passa já pelo apoio à greve dos professores de SP, pela luta na redução de alunos por sala de aula em toda a rede pública e, de agora até junho, pela batalha do Congresso da UNE, em que a juventude indignada tem a tarefa de multiplicar sua bancada de delegados e participantes para derrotar o projeto da UJS, direção majoritária da UNE, de uma juventude que abaixa a cabeça pro governo dos ajustes e cortes nos direitos sociais.

Por fim a plenária final do Acampamento com participação de todas as regionais e frentes do Juntos, que nos permitiu socializar todas as lutas espalhadas pelo estado, seja na ALESP com o rechaço ao Eduardo Cunha, seja em Ribeirão Preto e Sorocaba com a greve dos professores, seja na expansão cada vez mais organizada do Emancipa, na luta incessante na USP, os setoriais LGBT, Juntas e Negras e Negros se fortalecendo cada vez mais, com Bauru e a luta na cidade e com a ocupação da fábrica Ajax junto aos trabalhadores, com a vitória e o nascimento da luta à esquerda em Itu, a intensidade da luta em Francisco Morato, a organização de São Carlos nas universidades, a militância incessante de Campinas contra a criminalização dos movimentos sociais, o aumento da luta em Rio Claro e a presença massiva da Zona Oeste, que nos traz a raiz da luta periférica e a força da juventude popular e trabalhadora.

É neste espírito que chamamos a todas e todos a construírem com a gente a luta por esse outro futuro!

Deliberações e calendário do Assembleia final do Acampamento do Juntos SP 2015:

 

É neste espírito que chamamos a todas e todos a construírem com a gente a luta por esse outro futuro!

Deliberações e calendário do Assembleia final do Acampamento do Juntos SP 2015:

Diretrizes:

– Seguir na regionalização e enraizamento do Juntos! em SP

– Seguir no fortalecimento das setoriais

02/04: Manifestação da greve dos professores da rede estadual – 14h no vão do MASP

08 a 10/04: eleições do DCE da USP

14 e 15/04: eleições DCE da UFSCar

15/04: Marcha organizada pelo MTST – Contra a direita, por mais direitos! Às 17h no Largo da Batata

Maio: Marcha das Vadias

Maio: Marcha da maconha

Maio: 2ª Assembleia Estadual da Água

17/05: Dia Nacional de Combate à Homofobia

29 a 31/05: Seminário de Negras e Negros da USP

03 a 07/06: 54º CONUNE


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