Contra os cortes do FIES: os estudantes da UCB não vão pagar pela crise!
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Contra os cortes do FIES: os estudantes da UCB não vão pagar pela crise!

A UCB vem passando por uma reformulação estrutural, a exemplo de inúmeras outras faculdades privadas do país, e quem sofre com isso é o estudante.

Erick Andrade 1 jun 2015, 20:00

Desde o início do ano temos visto os grandes feitos da “Pátria Educadora” para os estudantes do ensino superior privado. Várias faculdades Brasil afora foram palco de manifestações de estudantes que não conseguiram renovar ou aderir ao FIES. A extrema burocratização e os cortes na educação fizeram com que estudantes fossem forçados a abandonar os estudos por não conseguirem realizar o FIES ou renovar o contrato, ou ainda, muitos recorreram a empréstimos a juros altíssimos, para conseguirem estudar. Na Universidade Católica de Brasília (UCB), o caos demorou, mas chegou. Mais de 2000 contratos do FIES estão sendo analisados e correm o risco de serem indeferidos por conta do aumento absurdo das mensalidades no início deste ano, de uma média de 7%.

A UCB vem passando por uma reformulação estrutural, a exemplo de inúmeras outras faculdades privadas do país, e quem sofre com isso é o estudante. Mesmo após os estudantes se manifestarem, em 2014, contra o chamado projeto de reestruturação, o ano de 2014 terminou com mais de 60 professores demitidos, e a mantenedora (UBEC) nos deu como presente de boas vindas o aumento das mensalidades (que já são as maiores do DF) e o corte nas áreas de pesquisa e extensão. Mas de quem é a culpa?

unnamed1Nós, estudantes, não somos responsáveis pela crise, mas temos pago por ela. Com os R$ 7 bilhões cortados da educação, nas Universidades privadas quem sofreu foram os estudantes do PROUNI e do FIES, que já não tem garantia de qualidade de ensino, e muito menos de permanência na universidade. Também não devemos pagar pela vontade da mantenedora da UCB de aumentar seus lucros (mais ainda! Em 2013 foi considerada, pela revista Exame, uma das empresas mais rentáveis do país, com um lucro líquido de US$ 30,1 milhões), mas somos nós que arcamos com o desleixo para com o ensino, a pesquisa e a extensão na universidade.

Até quando seremos responsabilizados pela culpa dos outros? Quem tem que pagar pela crise no país é quem a causou. Nenhum corte mais na educação (ou em qualquer área social)! É preciso cortar o “bolsa banqueiro”, que consome mais de 40% do PIB brasileiro! Quem tem que se responsabilizar pelo aumento das mensalidades e pela falta de qualidade nas instituições privadas é quem implementa estas medidas, e não o estudante! É preciso cortar pela raiz as isenções milionárias que recebem as empresas de educação no Brasil e garantir mais democracia e transparência nas instituições privadas.

Convoquemos nossas lutas contra os cortes na educação, no FIES; contra o aumento abusivo das mensalidades e por mais qualidade no ensino. E, a exemplo dos vizinhos chilenos, vamos seguir na luta pela garantia do nosso direito à educação, por uma universidade efetivamente pública, gratuita e de qualidade, para que todas e todas, sem exceções, tenham acesso.

Erick Andrade é estudante de Relações Internacionais da UCB e militante do Juntos! DF


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