Crônica sobre um domingo na paulista
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Crônica sobre um domingo na paulista

Barulheira de vuvuzelas e caixas de som. Três cores me chamavam a atenção: o verde das bandeiras, o branco das peles e o azul dos olhos. Um azul feio, cheio de ódio.

16 ago 2015, 20:29

Avenida Paulista. Entrevistas. Calor infernal. Barulheira de vuvuzelas e caixas de som. Três cores me chamavam a atenção: o verde das bandeiras, o branco das peles e o azul dos olhos. Um azul feio, cheio de ódio. Crianças de “bem” seguravam cartazes pelo fim da ditadura comunista. Meritocracia se aprende no berço? Pausa para ouvir as conversas. Senhores de camisa polo ovacionavam o secretário de Segurança Pública (a cara do Lex Luthor) pela última chacina bem-sucedida na periferia. Kim Kataguiri reconhece a necessidade da Agenda Brasil. O PT roubou tudo, até a agenda deles? Shopping Cidade inaugurado já, mas seu público estava lá fora. Uma dondoca passeia com o seu cão, provavelmente o animal mais inteligente da família. O cãozinho cheira o pastor alemão. A dondoca confraterniza-se com o cabo. O cãozinho dispensa o pastor alemão. A dondoca tira uma selfie com o cabo. Minha cabeça vai explodir. O Revoltado Online ameaça Renan Calheiros. Vou ao Ragazzo. Uma coxinha vale duas. Mas só de quarta. De domingo tudo acaba em pizza. Massa de manobra com bordas de retrocesso. Ônibus lotado para o Butantã. Uma bandeira do Brasil tremula na porta do Citibank.

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