Seguiremos ocupando a UERJ
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Seguiremos ocupando a UERJ

Nossa luta seguirá por uma universidade pública cada vez mais democrática, ampla, valorizada e gratuita. A ocupação segue forte e tende a se massificar com a adesão de mais cursos e estudantes.

Theo Louzada Lobato 4 dez 2015, 19:50

Ocupamos a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, após uma semana com suas atividades suspensas. Pois no dia 23 de novembro, mais uma vez por meio de um decreto unilateral, o reitor Ricardo Vieralves tomou a decisão de fechá-la. Segundo seu decreto a situação de insalubridade da universidade, por conta da falta do pagamento dos terceirizados, afeta a segurança das pessoas e do patrimônio e aumenta “o risco institucional”. Queremos ela aberta, funcionando e produzindo conhecimento, mas com suas obrigações com trabalhadores e estudantes bolsistas em dia.

O momento que a UERJ vive não é de hoje. Estamos no auge da consequencia de uma política desastrosa para a educação, que tem sido seguida pelo Governo do Estado há tempos. A precarização da educação em nível estadual já vinha se mostrado bastante clara no passado – nos meados desse mesmo ano foram os meses de atrasos aos pagamentos dos terceirizados e das bolsas estudantis que culminaram em uma grande mobilização do corpo discente e dos trabalhadores das empresas sem repasse – e, agora, durante a crise fiscal do Estado, só explicita ainda mais as prioridades do mandato do Pezão.

A controversa situação que vive a Universidade por conta do ajuste aparece ao mesmo tempo em que o próprio governador admite as enormes dívidas que as maiores empresas que atuam no estado têm com o governo – reflexo claro da política privatizadora seguida pelo PMDB fluminense – e tenta “negociá-las”. Enquanto isso, o endividamento também se mostra bastante presente na vida dos bolsistas e funcionários terceirizados, que há dois meses sem receber e com poucas expectativas de reposição dos depósitos não feitos, tem que arranjar sua própria sobrevivência a partir dos poucos meios que lhes restam.

Não é por acaso que as universidades e as bibliotecas estejam sendo as primeiras e mais intensamente atingidas. A educação tem sido a primeira a sofrer cortes – tanto em nível estadual quanto federal – pois é a que menos beneficia as empresas e empresários que tanto têm lucrado com sua parceria com o Governo do Estado. E se essa lógica não for combatida, em breve a própria existência de uma educação pública gratuita de nível superior poderá começar a ser ameaçada.

Os cortes de 46% às estaduais fluminense (UERJ, UEZO e UENF) previstos para 2016 dão um toque final para uma sinalização cada vez mais preocupante, mas também explicitam uma clara necessidade: a da mobilização. Não podem ser os estudantes, professores e funcionários os principais prejudicados pela crise – se as grandes empresas devem tanto ao Estado que elas sejam obrigadas a pagar e a solucionar essa situação na qual boa parte da responsabilidade recai sobre elas.

Uma revisão de prioridades deve ser imposta ao governo do Pezão e isso tem que ser feito a partir da luta e dos meios necessários para pôr a atual gestão contra a parede e obrigar tanto o governador quanto o reitor a mudarem seu caminho. Nossas assembleias deliberaram: não vamos desocupar até que o último centavo de salário e bolsa seja depositado para cada trabalhador, estudante bolsista e residente desta universidade. Nossa luta seguirá por uma universidade pública cada vez mais democrática, ampla, valorizada e gratuita. A ocupação segue forte e tende a se massificar com a adesão de mais cursos e estudantes.


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