Todo apoio ao Breque dos Apps! Estamos juntos!
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Todo apoio ao Breque dos Apps! Estamos juntos!

A segunda rodada do #BrequeDosAPPs aconteceu no último sábado. Os trabalhadores que atuam como entregadores de aplicativo fizeram paralisações em defesa de condições dignas de trabalho, demandando desde um aumento da taxa mínima de entrega até o fim dos bloqueios injustos.

Juntos! 26 jul 2020, 20:00

Ontem foi marcado, em todo o país, o segundo Breque dos Apps. Os trabalhadores que atuam como entregadores de aplicativo fizeram paralisações em defesa de condições dignas de trabalho, demandando desde um aumento da taxa mínima de entrega até o fim dos bloqueios injustos.

Desde o início da pandemia os trabalhadores de delivery tem sido uma das categorias mais afetadas: o desemprego, em especial da juventude, em níveis históricos empurrou milhões de pessoas para o trabalho informal e, em especial, o serviço de entregas. E os aplicativos, que se vendem como parceiros e não patrões, conseguiram piorar enormemente as condições de trabalho dos motoboys e entregadores. Eles passaram a receber taxas ainda menores por mais tempo de trabalho. Ou seja, apesar de estarem trabalhando mais, porque aumentou a demanda com a pandemia, eles passaram a ganhar menos, a ter uma renda mensal menor que antes.

Após uma grande mobilização no dia 1 desse mês e a falta de respostas dos aplicativos sobre as reivindicações do movimento, o dia 25 foi a forma dessa categoria de seguir se organizando e lutando. Esse dia foi marcado por uma convocação ampla e diversificada, desde associações, como o AMAE-DF, a canais de Youtube como o Ralf MT e o MotoboyOnline no Rio de Janeiro. Os entregadores combateram as notícias falsas que os aplicativos soltavam parar tentar apagar o movimento, bloqueando lideranças e dando promoções aos clientes como formas de deslegitimar o Breque.

O Breque, porém, pela segunda vez ficou horas seguidas em primeiro lugar no Twitter e a tag #BrequeDosApp registrou 37 mil menções. Isso não é por acaso. Essa luta é reflexo de uma crise que vem afetando enormemente a todos e especialmente a juventude – que segue sem emprego, muitas vezes com o Auxílio Emergencial negado pelo Governo, com sua educação precarizada, endividados e sem perspectiva de futuro. As condições de trabalho da servidão moderna, como são os aplicativos de entrega, são para muitos a única solução de emprego para ter alguma renda pra se sustentar e ajudar suas famílias. Apoiar essa luta contra essa forma máxima de exploração é defender os direitos de toda juventude, é impor limites a sede de lucro das empresas e também é arrancar conquistas e disputar consciência – e foram milhares de pessoas, especialmente jovens que entenderam isso e apoiaram o Breque. Não é normal e justo as relações de trabalho que querem no impor goela abaixo.

O Juntos esteve nacionalmente apoiando essa luta, estando presente em atos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais e no Distrito Federal. Vamos seguir esse apoio de forma ativa, estando nas ruas, fortalecendo as mobilizações organizadas dos próprios entregadores em suas pautas e defendendo que nenhuma pessoa tenha que passar fome enquanto entrega comida.

Estamos do lado de quem trabalha e luta pelo seu sustento e contra a exploração. A auto-organização dos entregadores como uma categoria, como um setor da classe trabalhadora, que tem suas próprias pautas e vê necessidade de lutar por elas é muito importante. Nosso papel é ouvir, aprender junto, defender e apoiar.

Sabemos que os aplicativos já estão jogando baixo e sujo, com bloqueios e gastando muito dinheiro com propagandas na mídia, mas a força do Breque desmascarou as propagandas e discursos e trouxe a verdade da exploração que eles são responsáveis e mostrou pra opinião pública o que os trabalhadores realmente passam.

Essa é uma luta histórica, precisamos brecar essas novas condições de trabalho ou elas vão se expandir para todos os outros setores da classe trabalhadora. Fazendo parecer ser normal, natural e correto as péssimas condições de trabalho que os entregadores vivem. A ideia dos patrões em meio a crise é garantir os seus lucros gigantescos às custas de não dar nenhuma retaguarda e direitos aos trabalhadores. Eles ganham e os trabalhadores pagam os riscos e prejuízos. Isso não pode continuar assim. Por isso acreditamos que nosso papel tem que ser de solidariedade ativa, respeitando e fortalecendo a auto-organização dos entregadores, que podem contar com apoio direto do Juntos nessa luta e em defesa dos seus direitos! A luta de vocês é a nossa luta!


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