Convocatória secundarista para o Seminário Nacional do Movimento Estudantil
A luta secundarista pela vacina em defesa da vida e da educação
Durante o ano de 2020, vivenciamos diversas medidas genocidas adotadas pelo governo Bolsonaro, como a promoção de medicamentos sem eficácia para COVID-19, a tentativa de atrasar a compra das vacinas e os cortes no auxílio emergencial. Bolsonaro também não economizou esforços em seu projeto negacionista de desmonte do ensino público, através dos cortes nas pesquisas universitárias, na falta de investimentos em materiais de higiene e equipamentos de proteção individual para as escolas, na escassez de políticas de assistência e permanência estudantil, assim como pelo desamparo aos profissionais da educação. Nós, estudantes secundaristas, fomos linha de frente na luta e consequentes na vitória pela aprovação do FUNDEB permanente, pelo o adiamento do ENEM, pela garantia de condições mínimas para o acesso às plataformas digitais de ensino e em apoio às mobilizações dos professores e servidores.
Em consequência do ensino remoto excludente, da falta de políticas de assistência estudantil, assim como o fim do auxílio emergencial, muitos estudantes tiveram que escolher entre seus estudos ou o sustento de suas famílias. Como resultado disso, tivemos no ano de 2020 a maior taxa de evasão escolar dos últimos tempos. O ENEM 2020 escandalizou essas evasões ao longo do país, marcado por diversas aglomerações em frente aos locais de aplicação das provas e batendo recordes nos índices de desistência, sendo mais de 50% dos inscritos ausentes nas provas presenciais, e mais de 70% nas provas digitais. Mesmo assim, o INEP comemora os resultados como algo positivo.
Em meio ao contexto precário das escolas no Brasil, temos uma forte pressão por parte dos setores privados e dos governadores dos estados que cedem a ela, para que as escolas retornem às aulas de maneira presencial. Nós, secundaristas, entendemos que o retorno às aulas seja de extrema importância, mas não podemos permitir que um retorno presencial, mesmo que de forma gradual, aconteça em um período tão grave como o atual.
Hoje nós não temos nem o setor da saúde imunizado, quem dirá condições sanitárias mínimas para um retorno gradual às escolas. Em alguns estados como São Paulo e Rio de Janeiro, greves protagonizadas por profissionais da educação, denunciando a falta de estrutura nas escolas para um retorno seguro, reivindicando a manutenção dos espaços virtuais de ensino para que os alunos tenham seu acesso garantido e a defesa da distribuição de merendas escolares e cestas básicas aos estudantes que necessitam, tem ganhado cada vez mais força!
Diferente de 2020, hoje nós temos o vislumbre não só de uma, mas de várias vacinas e imunizantes ao redor do mundo, tendo, inclusive, uma brasileira sendo desenvolvida. Para que tenhamos em um futuro próximo o mínimo de condições sanitárias para se debater um retorno gradual, precisamos organizar o movimento estudantil secundarista para disputar a narrativa da vacinação no Brasil! Devemos reivindicar a inserção dos profissionais da educação no grupo prioritário da vacinação nos estados, cobrar dos governadores a responsabilidade pela alimentação e garantia de acesso às plataformas virtuais de ensino para os estudantes, assim como nos mobilizarmos nas redes e nas ruas em defesa da vida, da educação, pelo Fora Bolsonaro e por um plano nacional de vacinação concreto!
Em um cenário de explosão de tantas lutas e tarefas, o movimento estudantil precisa apresentar respostas à altura. Nós do Juntos! queremos construir uma verdadeira reorganização da juventude indignada, unificando as nossas pautas e nos atualizando das novas lutas que o momento pede. Se no ano passado a grande massa de estudantes secundaristas foi a pedra no sapato do governo Bolsonaro, esse ano vamos mostrar que continuamos defendendo a vida e a educação.
Dado isso, convocamos todos os grêmios estudantis, conselhos escolares e estudantes secundaristas para o Seminário Nacional do Movimento Estudantil promovido pelo Coletivo Juntos!, com o apoio de entidades de base, que irá ocorrer nos dias 19 e 20/02. Nesses encontros traremos temas como retorno às aulas, auxílio estudantil, cortes na educação; e que servirão de norte para a próxima agenda de luta do movimento. Queremos ouvir os estudantes e construir coletivamente novas armaduras em defesa da vida e contra os ataques à educação pública.
Para além disso, convidamos os estudantes a se juntarem e a demarcarem o dia 25/02 como um dia nacional de mobilização em defesa da educação, uma data que serve de pontapé inicial nos nossos levantes.
Não tenhamos dúvida: Bolsonaro é o vírus, a nossa luta é a vacina!
Rumo ao Seminário Nacional do Movimento Estudantil!
