Estudantes da USP que moram no CRUSP correm risco de despejo em meio a pandemia
Foto: Edilson Dantas

Estudantes da USP que moram no CRUSP correm risco de despejo em meio a pandemia

Com a justificativa de que irão iniciar as reformas no CRUSP reivindicadas há anos, a reitoria da USP e a Superintendência de Assistência Social deram um prazo desumano de 15 dias para os estudantes moradores do bloco D do conjunto residencial deixarem suas residências para outros apartamentos do CRUSP ou para passarem a receber o auxílio financeiro de 500 reais.

Juntos USP 27 jul 2021, 17:08

Com a justificativa de que irão iniciar as reformas no CRUSP reivindicadas há anos, a reitoria da USP e a Superintendência de Assistência Social deram um prazo desumano de 15 dias para os estudantes moradores do bloco D do conjunto residencial deixarem suas residências para outros apartamentos do CRUSP ou para passarem a receber o auxílio financeiro de 500 reais durante 1 ano enquanto durar essa reforma, que necessita do desalojamento de todo o bloco junto do mobiliário que lá se encontra.

A notícia veio por um e-mail no dia de ontem (26/07) que prevê que as assistentes sociais entrem em contato com os estudantes para que eles escolham entre ficar no CRUSP ou receberem o auxílio financeiro. Sem qualquer tipo de diálogo com os mais interessados na reforma, os moradores, esse prazo de 15 dias é um verdadeiro despejo de estudantes do CRUSP em meio a pandemia, sendo que muitos dos moradores voltaram para suas cidades e precisariam ir para a USP pegar seus pertences.

Sabemos que as reformas são urgentes e necessárias, mas é preciso que a SAS e a reitoria não transformem isso em mais ataques e descaso aos cruspianos, por isso é fundamental que os moradores sejam ouvidos, que o prazo de 15 dias seja estendido e que a USP apresente medidas de planejamento e de apoio efetivas aos moradores do bloco D enquanto durar a reforma, já que sabemos que 500 reais estão muito longe de serem suficientes para alugar e morar dignamente na cidade de São Paulo e os outros blocos do CRUSP já não suportam acolher mais moradores.

Se a SAS realmente quiser ter um compromisso com esses estudantes e garantir que eles não sejam ainda mais prejudicados, é preciso possibilitar que eles possam ser devidamente abrigados e os que não estão na cidade possam ter onde guardar seus pertences, por isso, a reinvidicação da reconversão dos blocos K e L para moradia volta ao centro da luta nos dias de hoje. Não podemos permitir que a reitoria trate os moradores do CRUSP com tamanho descaso, estudantes esses que já precisam enfrentar um cenário de profunda calamidade, com cozinhas e lavanderias sem condições de usos e cada vez mais casos de sofrimento psico-social entre os moradores.


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