Vivemos em tempos sombrios onde precisamos defender o óbvio, nos posicionando em defesa da educação e do pensamento científico, lutando contra todos os retrocessos e integracionistas científicos que assombram nossa sociedade. Diante disso, nos colocamos em defesa da autonomia democrática da Universidade Federal de Santa Maria, e consequentemente defendemos a pesquisa científica e a assistência estudantil.
A extrema-direita genocida não está delimitada em sua terrível figura central: Jair Bolsonaro, mas sim ramificada em todos os espaços que pode, através dos métodos mais antidemocráticos e autoritários possíveis. Combater o fascismo de Bolsonaro é combater seus representantes nas universidades, prefeituras e câmara de vereadores, por exemplo.
Dado isso, o coletivo Juntos Santa Maria vem por meio desta nota repudiar todo e qualquer ataque à autonomia universitária que obviamente, dado o momento em que vivemos, só poderá ser deflagrado por parte das ramificações de Bolsonaro. Estamos cientes dos resquícios da ditadura militar presentes no processo eleitoral para a reitoria da Universidade Federal de Santa Maria, da sua necessária e emergente reforma e da fragilização do processo no ano de 2021, mas qualquer candidato que não tenha passado pela pesquisa da comunidade acadêmica e que conte com a intervenção externa será um inimigo deflagrado dos estudantes.
É inadmissível que inimigos da educação, da universidade pública, inimigos dos e das estudantes e por isso inimigos do futuro de brasileiros e brasileiras estejam ocupando a reitoria da maior universidade pública do interior do estado do Rio Grande do Sul. A UFSM tem uma das maiores e mais abrangentes assistências estudantis da América Latina e um representante do bolsonarismo na reitoria seria colocar em jogo a permanência de pelo menos 2.500 estudantes.
Para além disso, a Universidade Federal de Santa Maria, fundamentada no tripé ensino, pesquisa e extensão é reconhecida como uma das melhores universidades do mundo, estando também entre entre as 23 melhores universidades públicas do Brasil, segundo a pesquisa realizada pela Quacquarelli Symonds do Reino Unido, ainda vale ressaltar a importância que a UFSM tem para a cidade de Santa Maria e região central do estado do Rio Grande do Sul.
Por fim, repudiamos todo ataque à autonomia universitária e qualquer cúmplice de uma possível intervenção é nosso inimigo e será rechaçado. Nos colocamos lado a lado com estudantes, professores, técnicos administrativos e toda comunidade acadêmica em defesa da UFSM. Nesse momento é preciso estarmos mobilizados e organizados como em 2016 em que realizamos a maior assembleia dos últimos trinta anos, onde reunimos mais de 5 mil estudantes contra a PEC do teto dos gastos públicos*. Lutamos por uma universidade não apenas pública mas que também seja popular e qualquer ataque à democracia universitária opõe-se ao projeto de universidade que defendemos, uma universidade para todos, e por isso será combatido por meio da mobilização coletiva.