Bolsonaro recebeu hoje (12) no Palácio do Planalto um grupo de indígenas que foram até lá para demonstrar apoio ao presidente após ter sido denunciado por genocídio no Tribunal de Haia. Podemos considerar dois fatores marcantes desse ocorrido: 1) Bolsonaro não nos representa, nós somos os nativos dessa terra e nenhum projeto político baseado na destruição da mãe-terra é apoiado por nós; 2) o movimento indígena sofreu, e ainda sofre, com a imposição do modo de ser civilizado – que pode ser interpretado também como modo de “ser branco” -, e até hoje há heranças dessa violência.

Desde antes de Bolsonaro se tornar presidente, ele já reforçava em seus comícios: “Não vou demarcar 1cm de terra para índios e quilombolas”. E assim fez. Não bastasse a pandemia que matou mais de 1.160 parentes de 163 povos pelo Brasil (sem contar com os casos que não foram registrados), inúmeros projetos de retirada das nossas vidas e do nosso território está vindo à tona.

Infelizmente alguns parentes não resistem à pressão desses grandes projetos e acabam abrindo mão das lutas coletivas, e se tornam meras marionetes do capital. “Vejam, até os indígenas estão conosco, por que não podemos continuar com os projetos?”. Essa é a farsa que usam, e não podemos cair nesse engano.

Nós somos guerreiros e guerreiras, carregamos a força dos nossos ancestrais e do nossos encantados, estamos há muito tempo nos organizando para tentar continuar vivos e manter nossa terra saudável, não são esses projetos que vão nos calar.

Bolsonaro, usar cocar e receber alguns indígenas comprados pelo teu projeto é fácil, quero ver parar de nos matar!