Nos últimos meses, temos travado um intenso calendário de mobilizações em todo o Brasil pela urgência da saída de Bolsonaro, genocida e corrupto, da presidência do país. O movimento estudantil tem sido parte essencial dessa construção, como uma vanguarda dinâmica e combatente que mobiliza milhares de entidades estudantis em todo o país para emplacar uma derrota ao bolsonarismo e ao conservadorismo.

Como fizemos em 2019, nos Tsunamis da Educação, precisamos expressar nossa radicalidade nas ruas, convocando cada estudante para se mobilizar em seus territórios, conectando a luta pela educação e pela universidade pública às lutas por um outro projeto de sociedade e de futuro. As entidades estudantis cumprem um importante papel nesse sentido, como demonstrado pela garra e combatividade do DCE-UFMG e demais entidades da UFMG que organizaram milhares de estudantes para irem às ruas enfrentar os retrocessos do governo.

As eleições de entidades, portanto, são momentos significativos de mobilização, construção nos cursos e de unidade da esquerda combativa nas universidades. Mesmo sabendo que o meio virtual não é o ideal, estamos no processo de renovação da gestão do DA Fafich, que deve refletir os avanços que obtivemos desde o início da pandemia até hoje. E reforçamos, em todos os espaços necessários, que o processo se realize da maneira mais democrática e participativa possível, posicionamento fortemente apoiado pelos nossos companheiros de gestão do DA na unidade.

Desde 2019, temos construído a gestão da entidade com os companheiros dos coletivos Correnteza e Afronte. Os camaradas compartilham diversos espaços do movimento estudantil conosco em todo o Brasil e expressam a radicalidade do movimento estudantil nas ruas, de forma combativa e independente, em contraposição à posição recuada que observamos dos setores majoritários da UNE, por exemplo. Para nós, esse é um importante elemento que deve ser destacado para a construção de futuras chapas para disputar as gestões das entidades e construir o movimento estudantil.

Em nossa perspectiva, ambos os coletivos, assim como nós, têm a percepção de que as entidades devem estar a serviço das lutas dos movimentos sociais e da superação da velha esquerda em nosso país, evitando, assim, que sejam aparelhadas e utilizadas para desmobilizar nossas reivindicações. Apesar de diversas divergências que tenhamos em relação às táticas políticas no atual momento, além de diferenças estratégicas de longo prazo, acreditamos que a manutenção da unidade desse setor combativo é essencial para o futuro das mobilizações em nossa universidade e, portanto, em todo o Brasil.

 O DA Fafich, que carrega o nome de Idalísio Aranha, estudante assassinado na ditadura militar, é uma importante entidade para a mobilização em nossa universidade, com um histórico de força e resistência que deve ser permanente e contínuo. Por isso, o Coletivo Juntos! se posiciona de maneira firme pela unidade dos coletivos que constroem uma alternativa de esquerda na UNE, por um movimento estudantil fortalecido que seja capaz de apontar alternativas combativas nas ruas e arrastar demais setores vacilantes para a urgência da radicalidade.

Atualmente, nossa unidade de ação tem se mostrado essencial para o fortalecimento de nossas lutas e, portanto, reconhecemos como equivocada qualquer tática que contribua para a divisão e fragmentação do nosso setor, o que compromete os avanços que conquistamos em nossas entidades até então, além da expressividade de construção nas ruas enquanto movimento estudantil representativo da universidade.

Isto posto, esperamos construir um processo eleitoral politizado, com qualidade e ampla participação estudantil e esperamos que os companheiros estejam nessa luta conosco, em unidade, para o futuro do movimento estudantil na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG.

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