Carta do coletivo Juntos ao movimento estudantil da UFRGS!
O DCE da UFRGS foi linha de frente na luta contra Bolsonaro!

Carta do coletivo Juntos ao movimento estudantil da UFRGS!

Estamos nos aproximando do processo eleitoral do Diretório Central de Estudantes da UFRGS. Além de um governo federal de extrema-direita, a UFRGS está sob intervenção e isso reforça a importância de um DCE presente e combativo! Esta é uma carta aberta do coletivo Juntos! ao movimento estudantil da nossa universidade!

Juntos na UFRGS! 26 jul 2022, 15:39

A eleição do DCE acontecerá em um momento de aprofundamento da crise  econômica, política e social, e às vésperas das eleições gerais em que a tarefa número 1 é derrotar o Bolsonaro e o bolsonarismo nas ruas e nas urnas. 

Este será um momento importante em que as diferentes correntes do movimento estudantil disputarão os rumos da luta política. Por isso, queremos apresentar as bases da nossa disputa. 

Desde 2019, o Juntos esteve a frente da atual gestão junto com as organizações aliadas que toparam construir uma gestão diferente do que foi o “velho DCE”, tendo como centralidade a mobilização permanente contra os cortes na  educação e os ataques do governo Bolsonaro à juventude, à educação e à classe trabalhadora. 

Foi a mobilização em defesa da UFRGS que levou o estudante a eleger a chapa “Lutar & Mudar as Coisas” para comandar o Diretório Central!

Nesse espírito, construímos o Tsunami da Educação com as bases estudantis realizando plenárias por campus e uma grande Assembleia Geral da UFRGS que reuniu mais de 600 estudantes no pátio da FACED. 

Derrotar os cortes na educação como derrotamos o Future-se

No mesmo ano, fomos a vanguarda da luta contra o Projeto Future-se, naquele momento, o então reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, apoiado pelo velho DCE, vacilava em posicionar-se publicamente contra o projeto, como faziam outros reitores pelo Brasil.

O DCE, junto com o setor mais combativo dos docentes e técnicos da universidade, construiu a sessão extraordinária do Conselho Universitário que lotou o salão de atos e votou em unanimidade contra o Future-se, expressando a posição da comunidade da UFRGS diante da vacilação do reitor. 

DCE mobilizado nas ruas pela educação

Em 2020, rompemos com a inércia do movimento estudantil e quebramos o isolamento para sair às ruas contra os fascistas e racistas construindo um grande ato junto com organizações e setores antifascistas.

Finalmente, em 2021, grandes manifestações exigiram o impeachment de Bolsonaro e o DCE da UFRGS foi linha de frente na mobilização. Mais uma vez, juventudes ligadas ao “velho DCE” eram contra os atos, sugerindo que Bolsonaro fosse derrotado somente nas eleições enquanto o povo sangrava nas mãos de uma política violenta e genocida. Na prática, apostaram (e ainda apostam) na via institucional em detrimento da mobilização.

Em 2022, um levante antifascista para derrotar o bolsonarismo

Agora, em 2022, temos dois grandes desafios: vencer Bolsonaro nas urnas e destravar a luta nas ruas trabalhando por um levante antifascista que enterre de vez o projeto fascista.

Do ponto de vista da primeira tarefa, estaremos apoiando a candidatura do ex-presidente Lula sem nutrir ilusões com o futuro governo de conciliação de classes que está sendo costurado pelo PT com setores da burguesia. 

Para destravar a luta nas ruas, será preciso incentivar e construir a mobilização pelas bases. É nesse sentido que propomos um grande dia de luta no 11 de agosto, dia do estudante.

 O futuro não pode ser jogado somente nas eleições. Para vencer o bolsonarismo e a extrema direita, é necessário tomar as ruas de todo o Brasil contra as pretensões golpistas agitadas por Bolsonaro e seus apoiadores. 

As mobilizações de 2020 demonstraram que há um grande setor disposto a encarar de frente os golpistas. 

A UFRGS unida para defender a permanência e os direitos estudantis

Nesse retorno às aulas presenciais, milhares de colegas têm enfrentado o problema do transporte público. O pacote de mobilidade urbana aprovado pela Câmara de Vereadores em 2021 retirou o direito ao TRI Escolar dos e das estudantes da região metropolitana, dos pós-graduandos e de boa parte dos estudantes de Porto Alegre. 

O valor da passagem, a superlotação e a falta de linhas de ônibus têm contribuído para a evasão de muitos colegas. É preciso denunciar que a aprovação do pacote contou com as negociações do “velho DCE” através da União Estadual dos Estudantes (UEE). As vereadoras do PCdoB/UJS  sequer votaram contrário à proposta. Não podemos voltar a ter um DCE que negocie nossos direitos a portas fechadas. 

Respeitem os cotistas! Queremos o fim das matrículas provisórias!

Outra luta importante é para acabar de vez com o problema das matrículas provisórias. Quando assumimos a gestão do DCE, logo tratamos de fechar uma parceria com um escritório de advocacia para atender gratuitamente os colegas. Não aceitávamos o que fazia o “velho DCE”: Encaminhava os cotistas para um advogado que cobrava R$500!

 O Grupo de Trabalho de Matrículas trabalhou fazendo uma análise dos editais das principais universidades e propôs medidas para acabar de vez com o problema. O resultado até aqui foi a alteração de vários pontos do edital do vestibular como a inclusão da declaração de genitor ausente e a declaração de moradia em área verde, avanços importantes. 

A manutenção do GT de Matrículas e a ampliação do nosso trabalho será fundamental para garantir a vaga dos e das estudantes cotistas e acabar de vez com o problema!

DCE antirracista!

Em 2020, fomos parte do levante antirracista mundial que se iniciou nos Estados Unidos pelo movimento Black Lives Matter em resposta ao assassinato de George Floyd. Por aqui, convocamos uma manifestação que se unificou com o ato Antifascista de enfrentamento aos bolsonaristas que estavam nas frentes dos quartéis.

Aquela manifestação Antifascista e antirracista mandou os golpistas de volta para casa e foi um marco importante para as mobilizações que se seguiram em 2021. Antes ainda, em 2019, lançamos a ideia do salão de exposição “O que os Negros Fazem na UFRGS”, com a ideia de dar visibilidade à produção de negras e negros da nossa universidade.

Desde 2021, fomos parte fundamental das mobilizações pelo expulsão do racista e neonazista Álvaro Hauschild, expulso nesse ano após a pressão do DCE e do Centro Acadêmico de Políticas Públicas junto com outros diretórios. No decorrer dessa luta, também conseguimos aprovar, via Conselho Universitário, a Comissão Especial de Combate ao Racismo na UFRGS. Participamos ativamente de todas as Marchas Zumbi e Dandara e protagonizamos a luta por Justiça para Gustavo Amaral. Desde 2020, fazemos parte da Comissão de Combate à Violência de Estado contra a População negra no Rio Grande do Sul.

Para o próximo período, temos o dever de lutar pela permanência e aprofundamento da Lei de Cotas, expandindo também para a pós-graduação. Outra iniciativa será transformar a iniciativa “O que os Negros Fazem na UFRGS” em projeto permanente com publicações trimestrais de trabalhos, entrevistas e projetos de pessoas negras da universidade, fortalecendo o GT de negritude do DCE.

A eleição do DCE UFRGS em 2022

Nessa eleição do DCE, dois projetos de movimento estudantil estarão em confronto. O projeto do velho DCE de negociações e adesão acrítica ao futuro provável governo Lula.

De outro lado, estaremos nós com todos aqueles e aquelas que apostam na mobilização, na força das ruas e na luta pelos direitos fundamentais da juventude e da classe trabalhadora. 

É necessário construir um DCE radical e independente para enfrentar o bolsonarismo nas ruas. 

Nesse contexto, aqueles e aquelas que querem seguir o movimento que está democratizando e colocou o DCE na luta, precisam estar aliados em uma grande chapa que tenha a mobilização permanente como eixo. 

Não podemos vacilar nesse momento e arriscar mais uma vez ter um DCE imobilizado e burocrático. 

Os acordos programáticos devem ser debatidos e encaminhados em uma convenção aberta para retirar as sínteses necessárias para compor a unidade da esquerda. As mobilizações que construímos nos últimos anos com o movimento Correnteza, Alicerce, Ocupe e UJC dão o caminho dessa unidade. 

Além de tudo, a eleição do DCE precisa estar a serviço da mobilização e construção  do dia 11 de agosto como um dia de luta de rua com caráter contra golpista e Antifascista.

Todos às ruas!

Venha construir um DCE Radical e Independente para derrotar o bolsonarismo!


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