Na USCS queremos mais!
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Na USCS queremos mais!

A USCS é uma das maiores Universidades do ABCDMRR. Porém, essa marca veio acompanhada de crescentes aumentos no valor das matrículas. Isso porque a USCS tem em seu projeto uma contradição que não serve aos estudantes, mas aos seus dirigentes. Vem conhecer um movimento que quer mudar essa realidade.

Juntos SP e Juventude Por Mais Direitos 31 maio 2023, 16:47

QUEM SOMOS:

Somos um movimento de estudantes de universidades públicas e privadas que vivem nos 4 cantos do país e não aceitam as injustiças e mazelas de um Brasil que vê o número de bilionários crescer. Acreditamos em um movimento estudantil combativo, democrático, amplo, independente e conectado com os estudantes e não vamos nos contentar com pouco. Aqui na USCS estamos nos diversos campi e cursos para construir o movimento estudantil.  Por isso, estamos lançando uma Tese Colaborativa rumo ao 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes.

O QUE É O CONGRESSO DA UNE 

O Congresso da UNE é o maior encontro político da juventude brasileira. Em 2023 o fórum vai acontecer de 12 a 16 de Julho, em Brasília, no Distrito Federal.

Durante cinco dias, estudantes de todas as regiões do Brasil vão participar de debates, grupos de discussão e grandes atos políticos, além de atividades culturais.

Ao fim, tudo que foi discutido será compilado e votado em uma plenária final conduzida pela mesa diretora (presidente, vice e secretária-geral). São votadas as teses de Conjuntura, Educação e Movimento Estudantil, que são propostas para essas áreas, bem como a presidência e nova diretoria da entidade pelos próximos dois anos.

NOSSA TESE:

NÃO QUEREMOS O FIM DO MUNDO E SIM DO CAPITALISMO

Há mais de uma década, enfrentamos uma dura crise internacional do sistema em que vivemos. Diante da dificuldade de manutenção da acumulação de capital, a saída da burguesia por todo o mundo tem se dado a partir de um avanço na política econômica neoliberal, a partir da retirada de direitos da classe trabalhadora e a espoliação dos serviços públicos, num cenário em que se apresentam saídas autoritárias para a crise a partir de líderes de extrema direita, e através da intensificação dos conflitos geopolíticos e das guerras, como é o caso da invasão imperialista russa em território ucraniano, que recém completou um ano. Ao mesmo tempo, assistimos a importantes respostas democráticas, e a novas insurreições que enfrentam as saídas do neoliberalismo para a crise, como são as greves na França e os enormes protestos no Peru.

No Brasil, Bolsonaro foi a síntese deste movimento internacional de avanço do neoliberalismo aliado a uma ideologia reacionária. Durante 4 anos, assistimos ao genocídio do nosso povo, o ataque sistemático à educação e à ciência, o sucateamento dos serviços públicos, a destruição do meio-ambiente, o aumento da violência contra as mulheres, o povo negro, aos indígenas e LGBTs, o retorno do Brasil ao mapa da fome e os níveis crescentes de desemprego. Foram 4 anos de um verdadeiro pesadelo!

Derrotar Bolsonaro nas urnas foi uma das principais tarefas que a nossa geração já viveu e nós saímos vitoriosos desse desafio, que só foi possível por conta da intensa resistência e das mobilizações que protagonizamos durante seus 4 anos de governo. Apesar disso, não podemos ter ilusões. Sabemos que o novo governo, apoiado por uma contraditória frente ampla, será marcado pela busca de conciliação e não irá à raiz dos problemas que enfrentamos. Dentro do próprio Ministério da Educação, há a presença da Fundação Lemann, dos mesmos responsáveis que faliram as Americanas, e que possuem interesses econômicos sobre a educação brasileira. Por isso nossa luta deve ser constante! O movimento estudantil deve defender o governo Lula dos ataques da extrema direita, mas manter uma relação de independência para levar até às últimas consequências as nossas pautas.

É necessário lembrar que o bolsonarismo, porém, não está morto. A invasão golpista em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano nos deu o recado: não é hora de abaixar a guarda, a luta não acabou! Precisamos seguir mobilizados e ocupar as ruas para derrotar de vez a extrema direita e exigir a punição por seus crimes. Exigir a prisão de Bolsonaro e seus cúmplices é nossa bandeira mais urgente para que haja justiça às centenas de milhares de mortes da COVID-19 que poderiam ter sido evitadas e para liquidar com aqueles que se organizam sob ideias nazistas e fascistas. A juventude é a bandeira de coragem de quem vai seguir ecoando: Sem perdão e nem anistia!

E NÓS, JOVENS E ESTUDANTES?

As notícias que mostram grandes vinícolas brasileiras com funcionamento via exploração de trabalho escravo são a confirmação de que, apesar de termos derrotado o bolsonarismo, a luta contra a barbárie capitalista e por direitos aos trabalhadores seguirá necessária. Nossa geração cresce sob a tônica do desmonte de direitos, da uberização do trabalho, da incerteza permanente de sobrevivência, inclusive por conta de uma emergência climática que nos coloca frente a desastres ambientais cada vez mais constantes. Esta tentativa permanente da sociedade neoliberal de individualizar as crises e os fracassos está refletida em uma geração com números recordes de diagnósticos da saúde mental afetada, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, 18,6 milhões de brasileiros, quase 10% da população, conviviam com  transtorno de ansiedade, sendo ainda mais comum entre jovens. Revogar as reformas trabalhista e a lei de terceirização, e sobretudo lutar para que nenhum traķbalho exista sem direitos, são necessidades urgentes para começar a lutar por um futuro diferente para a juventude.

A pandemia, que teve suas consequências potencializadas pelo governo genocida de Bolsonaro, também afetou profundamente a nova geração de jovens, com um aumento dramático da evasão escolar, e levando ao ENEM mais desigual da história em 2020. Além do avanço da implementação de uma reforma do ensino médio que está precarizando ainda mais a educação básica. Por tudo isso, somos quem tem menos a perder dedicando o melhor das nossas energias para construir um mundo novo, não à toa a juventude foi e segue sendo um dos setores sociais protagonistas na luta antifascista e pela prisão de Bolsonaro e dos golpistas!

NA USCS QUEREMOS MAIS!

Com milhares de alunos, a USCS é uma das maiores Universidades do ABCDMRR e tem crescido nos últimos anos em número de alunos e de cursos. Porém, esse crescimento veio acompanhado de crescentes aumentos no valor das matrículas, o que dificultou a permanência de diversos estudantes trabalhadores(as) em seus cursos.

Isso porque, a USCS tem em seu projeto uma contradição que não serve aos estudantes, mas aos seus dirigentes. Apesar de ser uma Universidade Pública (é uma Autarquia vinculada a Prefeitura de São Caetano do Sul), há cobrança de mensalidades altas. É como se a gente tivesse que pagar para ir em um Postinho de Saúde ou para colocar um filho(a) em uma creche municipal. Nós somos aquelas(es) que defendem uma USCS 100% pública para valer, sem ter que pagar e que ter um diploma do ensino superior seja um direito e não uma mercadoria! Isso é possível e basta vontade política da Reitoria, da Prefeitura e até mesmo dos governos estaduais e federais!

Além disso, acreditamos que a USCS não pode seguir sendo um braço das elites locais e da Prefeitura, é preciso que estudantes, professoras(es) e trabalhadores tenham voz para decidir os rumos da Universidade. Hoje, por exemplo, o atual Reitor é presidente do PSD (partido aliado do Prefeito Auricchio) e tem relações umbilicais com a Prefeitura. Por isso, a gente quer eleição direta para a Reitoria! 

É tempo de ativar o movimento estudantil da USCS, ampliar diversas iniciativas de Centros Acadêmicos, Ligas e fazer com que os temas que estão em debate na sociedade ocupem também a Universidade.  Embora fundamentais para a vivência estudantil, nossas entidades estudantis não podem se resumir a organizadora de festas. A gente quer festejar, se divertir, discutir política e ocupar cada espaço para transformar a Universidade e a sociedade. 

Conheça nossas bandeiras para a USCS na UNE:

  • Democratizar o Movimento Estudantil! A USCS pode ser um espaço vivo para o movimento estudantil, em que o conjunto dos estudantes possam participar de atividades culturais, educacionais, políticas e que esteja vinculado à luta dos estudantes de todo o país!
  • A USCS tem uma estrutura de poder bastante antidemocrática! Mesmo sendo uma autarquia pública e com autonomia, não há nenhum espaço democrático de decisão de quem comanda a Universidade. O reitor é escolhido pelo CONSUN (Conselho Universitário) em que a participação estudantil é praticamente nula. Por isso, queremos eleições diretas para Reitor(a)!
  • O CONSUNE é hoje o espaço de representação da burocracia Universitária. Os estudantes têm apenas 15% dos assentos, com pouquíssima voz para definir os rumos da Universidade. Por isso, queremos um CONSUNE paritário entre docentes, estudantes e servidores!
  • Entrar e permanecer! Uma das principais dificuldades das/dos estudantes é permanecer na universidade e conciliar a rotina de trabalho, os estudos e o custo de vida (como, por exemplo, a alimentação). É responsabilidade do Estado garantir a permanência e a alimentação das/dos estudantes! Por isso, queremos a abertura de restaurantes universitários na USCS com comida barata e de qualidade!
  • Por uma USCS Antirracista! A USCS tem que ter, em todos os cursos, a cara do povo da nossa região! Por isso, queremos cotas étnico raciais nos vestibulares e concursos da USCS.
  • Uma Universidade Feminista! 
  • Uma USCS para as mães! A universidade historicamente não foi pensada como um espaço para ser ocupado por mulheres. O modelo patriarcal, machista e misógino da sociedade se repete nas instituições de ensino superior e quando pensamos em mulheres mães, a exclusão se intensifica. A USCS não conta com qualquer espaço acolhedor para as mulheres mães que querem estudar, por isso, queremos programas de apoio na  USCS!
  • O machismo é uma realidade na nossa sociedade e dentro da sociedade, o que faz com que casos de assédio sexual não sejam uma exceção na USCS. Por isso, queremos a criação de canais de denúncia dos casos de assédio e violência de gênero na Universidade.

QUER SABER MAIS? ACESSE NOSSA TESE COMPLETA EM: juntos.org.br/euqueromais


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