Não à perseguição aos estudantes da Unicamp: universidade não é lugar de autoritarismo!
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Não à perseguição aos estudantes da Unicamp: universidade não é lugar de autoritarismo!

Recebemos a notícia com muita indignação, pois a reitoria descumpriu algo que tinha combinado com o movimento estudantil e a reafirmou mais uma vez como basta o movimento estudantil, des trabalhadores e de servidores públicos discordarem de suas ações para serem tachados de autoritários. 

DCE Unicamp 3 maio 2023, 18:42

Hoje (02/05) tomamos conhecimento, durante a reunião da CEPE – Câmara de Ensino, Pesquisa e Extensão, que o reitor abrirá sindicância e inquérito policial contra es manifestantes que se posicionaram democraticamente contra a realização da feira das Universidades Israelenses na Unicamp no último dia 03/04. A fala de Tom Zé está gravada e documentada e representa um enorme ataque ao movimento estudantil e aos seus lutadores. Repudiamos frontalmente essas ameaças e entendemos que é importante que a Universidade seja um espaço em que as diferentes ideias e posicionamentos possam se manifestar sem retaliações ou perseguições políticas. 

A escolha da reitoria de convidar para a Feira de Universidades Israelenses, Universidades que contribuem diretamente com o genocídio do povo palestino que, como mostra o Relatório da Campanha de Boicote Acadêmico, são centros ideológicos que sustentam o regime de apartheid, desenvolvem tecnologias militares, de ocupação de território e de destruição de casas de palestinos e, como aponta a Human Rights Watch, promovem forte estrutura de discriminação racial institucionalizada em seus campi contra o povo palestino, coloca a reitoria de Tom Zé ao lado do regime colonialista que hoje é liderado por Benjamin Netanyahu: um dos expoentes da extrema direita mundial. 

O movimento estudantil da Unicamp, sabendo da realização da feira, se organizou em seus fóruns junto com movimentos palestinos auto-organizados como a FEPAL e frentes palestinas, e com apoio do STU (sindicato dos trabalhadores da Unicamp) e Adunicamp (Associação de docentes da Unicamp), convocou e deliberou em assembleia realizada antes do início do ato mobilização contra o acontecimento da feira e a denúncia das ações dessas Universidades pró-massacre.

Com forte mobilização contrária da comunidade e movimentos, conseguimos impedir a sua realização e marcamos no dia que a Unicamp é território livre de apartbeid e que por aqui os sionistas não se criam

Perto do fim do horário para o qual estava marcado a feira, a reitoria nos procurou e pediu para deixarmos o local, pois a feira não aconteceria mais naquele dia por conta da mobilização. Discutimos de encerrar a mobilização apenas se a reitoria garantisse: 1) Que es estudantes da Universidade fossem comunicados via e-mail oficial que a feira estaria cancelada;  2) Que es estudantes presentes não seriam punides e perseguides politicamente após o ato. O assessor da reitoria afirmou que ambas as propostas seriam garantidas, e inclusive topou gravar um vídeo conosco do DCE se responsabilizando pelo comprimento das medidas. 

Contudo, mesmo depois do compromisso verbalizado, hoje fomos surpreendidos com uma fala do reitor na reunião da CEPE dizendo que está abrindo inquérito policial e sindicância contra es estudantes que lutaram contra a realização da feira. Recebemos a notícia com muita indignação, pois a reitoria descumpriu algo que tinha combinado com o movimento estudantil e a reafirmou mais uma vez como basta o movimento estudantil, des trabalhadores e de servidores públicos discordarem de suas ações para serem tachados de autoritários. 

A luta contra a extrema direita no Brasil e no mundo, inclusive no Estado de São Paulo, no qual temos um governador abertamente bolsonarista, não se dará com base na repressão aos movimentos sociais e a perseguição política, mas sim com mais democracia e construção de uma Universidade que se oriente pelos interesses do povo. 

Por isso, nós do DCE, coletivos, entidades estudantis, movimentos sociais e estudantes afirmamos que não aceitaremos nenhuma punição aes que lutam por uma Universidade verdadeiramente democrática, seguiremos lutando contra a colaboração de Universidades brasileiras ao Estado genocída de Israel e o massacre do povo palestino. 


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