Neurodiversidade e a importância do Orgulho Autista
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Neurodiversidade e a importância do Orgulho Autista

O movimento estudantil precisa dar mais visibilidade as pautas PCD, o que há muito tempo vem sendo cobrado e pouco aparece nas mídias pelo movimento estudantil Brasil a fora.

  • O que é o TEA, o que é ser neurodiverso?

O Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio caracterizado por alterações nas funções do desenvolvimento do indivíduo, como o próprio nome já sugere, é um espectro, ou seja, há uma variedade de aspectos a serem levados em consideração e esses variam de pessoa a pessoa, entre as características do espectro podem estar o hiperfoco, dificuldades de comunicação, hiperatividade, alterações qualitativas e quantitativas em relação a comunicação e ate mesmo a linguagem, característica essa que pode ajudar no diagnóstico precoce, geralmente o diagnóstico é feito ainda na infância, mas com o avanço dos estudos na área da neurodiversidade dos últimos anos, temos diagnosticadas pessoas já na vida adulta que se enquadram no espectro, mas não tiveram seus diagnóstico na infância, pois há cerca de 20 anos, por exemplo, anos se tinham informações bem limitadas a cerca do assunto, informações limitadas essas que ajudaram a perpetuar estereótipos que vemos até hoje.Daí a importância de se estudar e difundir conhecimento acerca dos mais diversos distúrbios no aspecto da neurodiversidade.

Neurodiverso é o termo que veio para englobar toda a gama de características na variedade de composições neurológicas humanas. Quando falamos em ‘neurodivergente’ é um sinônimo para nos referimos a um indivíduo, enquanto quando falamos em ‘neurodiversos’ ja é mais amplo e abarca um grupo de pessoas neurodivergentes/neurodiversas, como por exemplo: “No MA temos uma setorial neurodiverso com pessoas com TEA, TDAH e TOC”

É importante ressaltar que a palavra “neurodivergente” não é apenas um termo médico, e sim uma palavra de identidade para todo um grupo de pessoas, é motivo de deixar de se envergonhar por nossas características neurológicas

  • Direitos de PCDs para pessoas no espectro

2012 foi um ano importantíssimo, pois surgiu um marco na luta em defesa da pessoas no espectro autista, com a sanção da lei n° 12764 que determinou que pessoas com TEA tivesses para todos os efeitos legais os direitos de pessoa com deficiência em todo o país, inclusive hoje difundimos a informação de que discriminar pessoas com autismo é crime!

Nós da comunidade autista ainda persiste mesmo depois da sanção da lei, na luta para termos os direitos assegurados, como o direito a sessões de terapia adequadas a realidade de cada indivíduo, o que deve ser assegurada pela regulamentação da Agência Nacional de saúde, a garantia de medicação gratuita em caso de uso contínuo que também é assegurada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que já é realidade em boa parte do país, mesmo que em cidade pequenas ainda se tenha dificuldade de acesso, e os direitos mais debatidos, que são em relação à educação. Pessoas no espectro tem direito a cotas assim como pessoas Pretas/Indígenas, até porque autistas são PCDs, mas para além disso TODAS também tem direito a um professor auxiliar que ajude a promover a interação social do indivíduo caso necessário, o que vemos como realidade em muitas escolas de ensino básico, mas que ainda está longe de ser o adequado para as realidades sociais e geográficas de cada região, outro direito assegurado é o Passe-Livre para PCD e deve ser respeitado.

  • O cordão de girassol

O  TEA se enquadra na categoria de “deficiência-não-aparente” sendo uma deficiência sensorial, que diferente das deficiências  físicas aparentes nem sempre é perceptível que uma pessoa está no espectro, pensando nisso foram criadas simbologias para identificação de pessoas assim, como por exemplo o cordão de girassol, consiste num cordão geralmente de fita/tecido verde com estampas de girassol amarelo que surgiu em um aeroporto de Londres em 2016 para identificar as pessoas no espectro e evitar constrangimentos, a ideia foi bem recebida mundialmente e hoje no Brasil mesmo temos a lei federal do girassol, que assegura o direito ao uso do cordão como identificador não só de TEA mas de deficiências ocultas num geral. Há anos nós, pessoas com deficiência ocultas  somos hostilizadas quando tentamos fazer o uso de nosso direito, o cordão veio para facilitar a identificação e evitar constrangimentos.

  • A neurodiversidade e o movimento estudantil

É importantíssimo cobras dentro do movimento estudantil que nossos direitos também sendo assegurados, como por exemplo a garantia de assentos nos ônibus durante eventos, acesso a uma fila preferencial na hora da comida, coisas que parecem simples mas ainda não são adotadas nos grandes eventos da UNE/UBES/ANPG, militantes com TEA existem, militantes PCDs estão em todos os locais no movimento estudantil, também precisamos quebrar paradigmas com relação a pessoas autistas dentro do ME, somos a juventude com maior acesso à informação de todos os tempos, cabe a nós buscarmos conhecimento e estarmos dispostos a ouvir e estudar mais para que tenhamos longe de nós a visão estereotipada de pessoas com TEA

O movimento estudantil precisa dar mais visibilidade as pautas PCD, o que há muito tempo vem sendo cobrado e pouco aparece nas mídias pelo movimento estudantil Brasil a fora.

Por um movimento estudantil que enxergue as pessoas no espectro!

Por respeito às pessoas com TEA nas cotas PCD!

Por acesso à informação difundida sobre o TEA!


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