A USP deve seguir sendo território antifascista: fora fascistas da nossa universidade!
reprodução

A USP deve seguir sendo território antifascista: fora fascistas da nossa universidade!

É tarefa do movimento estudantil não só expulsar os bolsonaristas da nossa universidade, mas também não permitir que o programa privatista e fascista avance

Pedro Antônio e Sophia Vieira 21 ago 2023, 20:10

A USP deve seguir sendo território antifascista: fora fascistas da nossa universidade!
É tarefa do movimento estudantil não só expulsar os bolsonaristas da nossa universidade, mas também não permitir que o programa privatista e fascista avance

Recentemente, bolsonaristas desesperados por conta da iminente prisão do chefe de sua quadrilha passaram a frequentar a USP, em especial a Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, para assediar alunas e alunos e filmá-los. Na última semana, o grupo chegou a levar um segurança que ameaçou estudantes com uma arma de fogo. Isso mostra o avanço dos setores reacionários em territórios que são historicamente polos de resistência contra o autoritarismo e o desmonte da educação pública.

Em todos os casos de invasão do espaço universitários, os estudantes fizeram a coisa certa: expulsaram os fascistas da universidade. Porém, é preciso dizer que isso não é suficiente. Para além de expulsá-los da USP e desmoralizá-los para os próprios alunos da nossa universidade, é preciso desmoralizá-los para fora. Sabemos a intenção deles: é conseguir cortes para publicar em suas redes sociais, viralizar e ganhar alcance para alavancar futuras candidaturas a cargos públicos.

O projeto de educação dos setores reacionários
Não é coincidência que essas “visitas” ocorram logo após a apresentação na Assembleia Legislativa do estado de dois projetos que atacam diretamente os estudantes e o caráter público da universidade. O primeiro, de autoria do deputado Lucas Bove (PL), prevê o pagamento de mensalidades para alunos das universidades estaduais paulistas; o segundo, de autoria da liderança do MBL Guto Zacarias (UNIÃO), propõe o policiamento ostensivo da Polícia Militar dentro dos campi.

Isso mostra como os setores reacionários estão organizados para uma verdadeira disputa ideológica. Essa disputa visa reativar as bases direitistas mais radicalizadas que perderam espaço no último semestre após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas e após o início das investigações contra dezenas de bolsonaristas do alto escalão pelo envolvimento em casos de corrupção, como o caso de desvios de jóias, e nos ensaios de golpe de Estado, como a tentativa de manipular as urnas eletrônicas e a invasão do 8 de janeiro.

Por trás da caricata imagem de homem branco de direita, que segue todos os esteriótipos esperados e faz os mesmos apontamentos infundados a grupos de esquerda, os fascistas que têm invadido a USP trazem consigo um projeto muito maior de ataque à educação do que aparentam em seus vídeos. Trazem consigo o plano de avanço do neoliberalismo, que cresce por meio de privatizações, ataques às cotas étnico-raciais e à educação pública, e esconde as reais questões que afetam os estudantes do ensino público, como o sucateamento, refletido principalmente na falta de docentes. Letras, Comunicações, Artes, Obstetrícia entre tantas outras graduações afetadas não trazem lucro imediato aos setores privados. Como consequência, não ganham o mesmo investimento que cursos de exatas, os quais no futuro trarão mão de obra a setores como construção civil e o mercado financeiro.

Esses grupos tentam também legitimar a postura genocida do governo Tarcísio sobre a juventude preta e periférica e atacam o fato de que essa mesma parte da população passou a ocupar os ambientes universitários. É importante lembrar do projeto de lei apresentado por Kim Kataguiri (UNIÃO), mais um representante do MBL, a fim de acabar com o caráter racial das cotas em vestibulares; além dos projetos já citados de Bove e Zacarias.

O papel dos estudantes
Nesse momento, devemos entrar de cabeça na disputa ideológica. É preciso dizer que a Universidade de São Paulo sempre foi palco de resistência dos ataques aos estudantes e ao caráter público da universidade, e é por conta disso que estudantes, docentes e funcionários seguem construindo as condições necessárias para que a nossa universidade seja um centro de pesquisa e ensino, mesmo com as condições adversas impostas por reitorias e governos.

É tarefa do movimento estudantil não apenas expulsar individualmente os fascistas que passaram a invadir nossos campi, mas também enfrentar as medidas de Tarcísio de Freitas que fazem parte de um programa mais amplo privatista e fascista para que não haja reabilitação do bolsonarismo a nível nacional.


Últimas notícias