Por uma Trensurb pública
Via trensurb.gov.br

Por uma Trensurb pública

A Trensurb enfrenta a ameaça de privatização desde o governo Bolsonaro e continua sob o governo Lula, resultando na precarização do transporte, com redução na qualidade do serviço e condições degradadas para usuários e trabalhadores. O Sindimetrô-RS e movimentos sociais seguem mobilizados contra a privatização, coletando assinaturas e promovendo ações para garantir a manutenção da Trensurb como um serviço público essencial para a população.

César Wolf e Matheus Fonseca 17 fev 2025, 13:46

A Trensurb, empresa estatal de trens urbanos de Porto Alegre, atende seis cidades da região metropolitana de Porto Alegre (Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo), cumprindo um papel fundamental na vida do povo gaúcho, transportando diariamente quase 100 mil usuários. Conta com quase mil valorosos trabalhadores e trabalhadoras à disposição para fazer a operação acontecer.

A operação do serviço chegou a ficar totalmente interrompida em maio, após suspensão devido às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul e inundaram as estações. A retomada total da operação ocorreu após quase sete meses. No entanto, os impactos dos estragos causados pelas enchentes ainda são sentidos, pois, em dias de chuvas fortes, parte da operação segue sendo afetada, com paralisações no trecho entre as estações Mercado e Farrapos.

Em 2019, no governo Bolsonaro, a empresa entrou para a lista de estatais a serem vendidas e passou a ser alvo da entrega do patrimônio público à iniciativa privada. Sabemos que o processo de privatização significará desemprego para os trabalhadores da empresa, precariedade no serviço à população e tarifa mais cara. A privatização da Trensurb representará uma ruptura na conexão da Região Metropolitana de Porto Alegre, prejudicando trabalhadores e estudantes que dependem do serviço prestado.

Mesmo vencendo o desgoverno Bolsonaro, a Trensurb continua na mira das privatizações. Atualmente, cerca de 80% dos funcionários são terceirizados, e a gestão da empresa, indicada pelo governo federal, mantém uma política de desmonte. Os impactos são visíveis aos usuários: intervalos maiores entre os trens, veículos sem ar-condicionado, escadas rolantes desligadas e banheiros fechados, , fazendo com que os usuários enfrentem a humilhação diária de um transporte público cada vez mais precário. O governo Lula, apesar das promessas, segue a lógica neoliberal e ainda não retirou a Trensurb do Plano Nacional de Desestatização (PND).

O Sindimetrô-RS luta na defesa da empresa pública, de qualidade e a serviço da população. Arrancaram, por mais de uma vez, a promessa do governo Lula de que a Trensurb não seria privatizada. Mas, recentemente, viram o governo federal atualizar o programa que estuda a privatização da empresa e marcar um leilão de concessão para janeiro do próximo ano. Essa é apenas mais uma das promessas de campanha de Lula que não foram cumpridas. Um governo que não atende aos interesses da classe trabalhadora está fadado ao erro e nos levará a um 2026 muito perigoso, onde novamente a extrema direita poderá parecer uma escolha viável diante de tamanha frustração.

O Sindimetrô está com uma iniciativa importante, coletando assinaturas para o manifesto Por uma Trensurb Pública, Social e Democrática!.

Em agosto do ano passado, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) criou a Frente Parlamentar contra a privatização da Trensurb. O apoio dos movimentos sociais, da juventude, de centrais sindicais e mandatos tem sido muito importante para denunciar o retrocesso que significa a privatização da Trensurb.

A defesa de um transporte público e de qualidade para a população e a retirada da Trensurb do PND só acontecerá com luta e mobilização. Por isso, o Coletivo Juntos luta ao lado dos trabalhadores da Trensurb, em favor do patrimônio gaúcho, do serviço público, do transporte público e do direito às cidades.


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