Os estudantes dos EUA resistem contra o autoritarismo de Trump
Trump vem impondo um ataque brutal ao movimento pró Palestina, para impor seu programa xenofóbico e fascista. Mesmo com prisões, corte de orçamento e deportações, os estudantes resistem! É necessária a mais ampla solidariedade internacional!
A administração Trump vem promovendo um novo salto de repressão contra os estudantes e contra os ativistas pró-Palestina. A prisão de Mahmoud Khalil, que foi talvez a principal figura pública durante o acampamento pró palestina de Columbia, foi apenas a primeira de uma série de prisões arbitrárias, deportações e expulsões das universidades que foram palco dos acampamentos do final do ano passado contra o genocídio em Gaza. Alguns desses casos são da Kristi Noam que conseguiu fugir para o Canadá, mesmo sob perseguição do ICE (Organismo policial de imigraçao), o caso da prisão de Badar Khan Suri, estudante da Universidade Georgetown, ou mesmo da professora assistente da Brown University Rasha Alawieh, e apenas em Columbia já são mais de 20 estudantes que sofreram suspensões, expulsões, que foram presos ou tiveram seus diplomas revogados e que ainda não são públicos todos os detalhes.
Importante dizer que tudo isso tem sido feito através de uma quase que desconhecida lei criada durante a guerra fria, para impedir a entrada de comunistas no país. Os ataques também pegam o orçamento das universidades, com o bloqueio de U$400 milhões da Universidade de Columbia, onde ocorreu o primeiro acampamento, como forma de chantagem para que a universidade mude sua política de admissão de estudantes e seus códigos de conduta para impedir novos protestos de acontecerem.
Esse recrudescimento da repressão se dá em um cenário em que Trump começa a ver sua popularidade aos poucos diminuir, muito influenciada pela guerra tarifária e pela instabilidade no regime. As pesquisas indicam que a reprovação já é superior à aprovação, em uma rápida mudança considerando que ele foi eleito com a maioria dos votos, e mantinha a popularidade no dia da posse. Ele busca pela força prevenir que novos protestos tenham condições de surgir. Seu objetivo é quebrar a espinha dorsal do movimento, iniciando pelo movimento estudantil que protagonizou um levante histórico ano passado em defesa da Palestina e vem criando musculatura através da fundação de diversos Diretórios Centrais dos Estudantes e outras formas de organizações estudantis.
É preciso reforçar a solidariedade internacional aos estudantes e ativistas palestinos nos Estados Unidos. As demandas por liberdade para os estudantes, fim dos cortes no orçamentos das universidades e o direito à liberdade de expressão e organização são algumas que devemos fazer ecoar. As próximas semanas serão decisivas, e existem setores defendendo o dia 03/04 como dia nacional de luta. Devemos lutar para que exista um dia internacional, com atos, mesmo que de vanguarda, em todas as cidades possíveis. Também iremos começar uma campanha nacional de solidariedade, com agitação para dar visibilidade ao tema.
Por fim, o Juntos estará com um correspondente nos Estados Unidos, a convite da juventude do Bread & Roses (grupo interno ao DSA), acompanhando a situação em algumas universidades e relatando para que possamos conectar essa luta no centro do imperialismo com as lutas no Brasil e ao redor do mundo.