ANEL e Juntos! contra o indiciamento dos companheiros de Porto Alegre
Escrevemos essa nota as vésperas de se completar 50 anos do golpe militar no Brasil. Naquele tempo, muitos jovens deram suas vidas pelo direito de protestar, de se organizar, de lutar pelos seus sonhos. Atualmente, vivemos naquilo que chamam de democracia.
Escrevemos essa nota as vésperas de se completar 50 anos do golpe militar no Brasil. Naquele tempo, muitos jovens deram suas vidas pelo direito de protestar, de se organizar, de lutar pelos seus sonhos. Atualmente, vivemos naquilo que chamam de democracia. Uma “democracia” que tem lado. E por isso, temos que nos deparar com casos que nos remetem ao passado, como o que aconteceu no dia 14 de março de 2014.
Recebemos a revoltante notícia de que sete companheiros lutadores de Porto Alegre, entre eles Matheus Gomes, Lucas Maróstica, dirigentes da ANEL e do Juntos! no Rio Grande do Sul, foram indiciados por um inquérito montado pela polícia civil. Acusados de formação de milícia privada, posse e emprego de explosivos, entre outras bizarrices, trata-se de um inquérito político, uma aberração jurídica. Uma afronta aos direitos constitucionais de livre expressão, manifestação e organização.
O inquérito se formou ainda no ano passado, após as Jornadas de Junho. Os sete companheiros são parte do Bloco de Lutas, que organizou as manifestações na cidade gaúcha, inclusive a ocupação da Câmara dos Vereadores em defesa do transporte público, conquistando a revogação do aumento da passagem. Na formação do inquérito, a polícia civil chegou a invadir suas casas e apreender objetos pessoais, como celular, computador, e até mesmo textos marxistas!
Desde as gigantescas manifestações em junho de 2013, vivemos no Brasil uma ofensiva de repressão e criminalização dos movimentos sociais. A juventude e os trabalhadores, entretanto, não saíram das ruas. Recentemente, vivenciamos a vitoriosa greve dos rodoviários de Porto Alegre a empolgante greve dos garis no Rio, quando a onda laranja ganhou apoio popular e derrotou a prefeitura. Diante de tamanha polarização social, governo Dilma e FIFA deram como resposta a apresentação no Congresso Nacional da lei anti-protestos, conhecida como o A1-5 da FIFA.
Diante desta dura realidade, é preciso unificar forças e combater as prisões, inquéritos, repressão aos atos, e tudo o que signifique a criminalização da nossa luta. Eles querem nos calar, mas não conseguirão. Não sairemos das ruas!
Através dessa nota, ANEL e Juntos! prestam toda a solidariedade aos companheiros Matheus Gomes, Lucas Maróstica e demais indiciados, e reafirmam a unidade para defender nosso legítimo direito de se manifestar. Exigimos que o governador Tarso Genro intervenha e ponha fim a esse absurdo inquérito. Lutar não é crime!