Inadmissível não é a greve! Inadimissível são os gastos com a Copa!
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Inadmissível não é a greve! Inadimissível são os gastos com a Copa!

O desejo da categoria continua claro e legítimo: valorização salarial! A patronal havia prometido 19% de reajuste. A burocracia sindical conseguiu a proeza de fechar um acordo de 10%, forjando uma assembleia-fantasma para legitimar a sua traição. Em uma situação semelhante, quem não se sentiria indignado?

Juntos SP 21 maio 2014, 18:28

                                                                                                                                                                                                                                                Juntos! SP

Prossegue a luta dos motoristas e cobradores de ônibus de SP. Pelo segundo dia consecutivo, a maior cidade do Brasil foi paralisada por aqueles que a movimentam o ano inteiro. Da Zona Sul a Zona Norte, de Tiradentes a Zona Oeste, funcionários de 5 empresas mantiveram a greve iniciada ontem e fecharam 9 terminais espalhados pela Capital. Muitos dos veículos que saíram das garagens foram estacionados ao longo de importantes avenidas, como Rebouças e Faria Lima. Manifestações de rua dos grevistas também ocuparam as manchetes desta quarta-feira, com destaque para a registrada na Estrada do M’Boi Mirim que, segundo as estimativas conservadoras da PM, chegou a reunir 1000 manifestantes.

O desejo da categoria continua claro e legítimo: valorização salarial! A patronal havia prometido 19% de reajuste. A burocracia sindical conseguiu a proeza de fechar um acordo de 10%, forjando uma assembleia-fantasma para legitimar a sua traição. Em uma situação semelhante, quem não se sentiria indignado?

Enquanto isso, o prefeito Haddad, eleito por um partido que num passado cada vez mais longínquo já foi dos “Trabalhadores”, tacha o movimento de “guerrilha sabotadora”.  Utilizando uma sanha repressiva que jamais demonstrou para com as grandes máfias que controlam o transporte viário em SP, o seu secretário de Transportes, Jilmar Tatto, pede que as forças policias intervenham na mobilização. Que coajam os motoristas a voltar para os volantes, que instalem escutas (!!!) para perseguir os envolvidos na greve. Até mesmo o secretário-geral da Presidência da República Gilberto Carvalho, acostumado a dizer “amém” para os grandes empresários, se engajou na campanha difamatória, desqualificando a greve como irresponsável e inadmissível. Inadmissível e irresponsável são os gastos com a Copa, senhor ministro!

Toda essa postura das autoridades públicas e dos sindicalistas pelegos só não é mais indignante que a da Grande Mídia (em especial, a TV Globo) que tenta jogar nas costas dos trabalhadores paralisados o histórico caos da mobilidade urbana de SP. Sobre a revisão deste modelo de transporte público caro e de péssima qualidade, que só visa garantir os lucros dos grandes empresários do setor, nenhuma única palavra. Com certeza, o senhor Carlos Tramontina ou os outros porta-vozes dos “barões do transporte” não voltam para casa nos ônibus que mais parecem “latas de sardinha” de tanto aperto.

Por isso, desde ontem à noite estivemos nas ruas acompanhando e apoiando a luta dos trabalhadores. Hoje pela manhã estivemos com equipes no Terminal Pinheiros, no Largo Paysandu e no Parque São Pedro. Reiteramos o nosso apoio à greve, porque lutar por direitos não é crime. Reiteramos o seu apoio aos motoristas e cobradores de SP, porque a vitória deles desmascara os nossos reais inimigos na luta pelo transporte público gratuito e de qualidade: os empresários e os governantes. Contem conosco, estamos Juntos nessa luta!


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