Na Marcha das Vadias, o Juntas! entra em campo contra o machismo e pelo Hexa dos direitos das mulheres!
A Marcha deste ano acontece em uma conjuntura de greves, atos contra as injustiças da Copa e pelo direito à moradia e de uma população insatisfeita com os gastos destinados às obras da Copa enquanto faltam direitos básicos à população e às demandas das mulheres.
Juntas! SP
Na Marcha das Vadias, o Juntas! entra em campo contra o machismo e pelo Hexa dos direitos das mulheres!
No próximo sábado, dia 24 de maio, o Juntas! participará pela quarta vez da Marcha das Vadias SP. Somos muito entusiastas da Marcha desde a sua primeira edição, pois ela é um espaço muito amplo, que agrega muitas mulheres, especialmente da juventude, e explicita o avanço do debate feminista em diversos setores da sociedade ocupando as ruas com o protagonismo e a criatividade das mulheres pelo basta à violência sexual e por mais direitos.
A Marcha deste ano acontece em uma conjuntura de greves, atos contra as injustiças da Copa e pelo direito à moradia e de uma população insatisfeita com os gastos destinados às obras da Copa enquanto faltam direitos básicos à população e às demandas das mulheres. Recentemente a campanha Eu não mereço ser estuprada tomou as redes do país, bem como a indignação contra as denúncias de assédios nos transportes públicos e da preparação do Brasil para o avanço da exploração sexual em tempos de Copa da FIFA.
Convidamos a todas as mulheres a entrarem em campo conosco neste sábado contra o machismo e na luta pelo Hexa dos direitos das mulheres:
1) Chega de Fiu-Fiu! Eu não mereço ser estuprada!
Recentemente as mulheres responderam nas redes à pesquisa do IPEA que dizia que demonstrava que boa parte da população creditava às mulheres a responsabilidade pela violência sexual com a campanha Eu não mereço ser estuprada. Além disso, a pesquisa Chega de Fiu Fiu mostrou que 99,6% declaram já terem sido assediadas. É hora de dar um basta à cultura do estupro, que perpetua a violência sexual e recrimina as mulheres brasileiras pela opressão que sofrem diariamente.
2) Somos todas Fernanda! Cartão vermelho para o machismo no futebol!
A bandeira Fernanda cometeu um erro na marcação do impedimento no jogo entre Cruzeiro e Atlético MG. Erros acontecem sempre no futebol, mas Fernanda teve que ouvir muitas críticas pelo fato de ser mulher. Disseram que seu lugar não é ali, mas na Playboy. Somos todas jogadoras, torcedoras, técnicas e bandeiras. Todo apoio à Fernanda e a todas as mulheres que ocupam o futebol e lutam contra o machismo em campo.
3) Contra as remoções e pelo direito à habitação!
Milhares de famílias foram despejadas devido à especulação imobiliária decorrente da Copa do Mundo. O MTST e o Juntos! têm organizado atos de luta pelo direito à moradia e conta com o protagonismo das mulheres, que não aceitam terem seus filhos e famílias sem direitos para poder assegurar o lucro de empreiteiras e das FIFAS.
4) Chega de assédio no transporte público!
Todas nós já sofremos assédio e abuso nos ônibus e trens, especialmente nas grandes cidades, em que os homens se aproveitam da má qualidade e superlotação dos transportes. Devemos lutar por transportes de qualidade e estimular a denúncia e a auto-organização das mulheres em casos de assédio e violência sexual. A luta dos transportes sacode o país desde o ano passado e devemos nos apoderar do debate em defesa da nossa liberdade. Nesta semana, motoristas e cobradores já pararam SP duas vezes, é hora das mulheres colocarem o debate sobre seus direitos no centro da questão do transporte público também.
5) O país da Copa não pode ser o paraíso do turismo e da exploração sexual!
Outdoors, revistas internacionais e casas de show anunciam o Brasil como uma vitrine de belas mulheres e do prazer sexual. Há uma série de relatos e denúncias de exploração sexual, inclusive infantil, nas regiões das construções dos estádios para a Copa do Mundo. A situação também é muito grave para as mulheres trans que estão marginalizadas do mercado de trabalho formal brasileiro. Segundo a ANTRA, 90% das mulheres travestis e transexuais se prostituem no Brasil. Devemos lutar contra a exploração sexual e pelo direito das mulheres!
6) Pela legalização do aborto e contra a violência obstétrica!
1 milhão de abortos clandestinos e 250 mil internações por complicações por ano no Brasil. O aborto clandestino é a quinta causa de morte materna no Brasil.
De acordo com a pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, divulgada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto. Vamos lutar pelo direito ao próprio corpo, à escolha da maternidade e da vida!